A ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, tem sido obrigada por parlamentares, na sua grande maioria, ‘bolsonaristas’ a bater ponto na chamada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs. Na audiência desta semana, Silva respondeu perguntas relacionadas, principalmente com questões que envolvem os cenários conflitantes e que podem resultar em mais desmatamentos na Floresta Amazônica. A reconstrução da Br-319 é um destes assuntos polêmicos.
A pista, passou a ser usada pelo Governo do Amazonas como fórmula propagandista para tirar, segundo o chefe do Executivo, o estado da crise. O problema é que o titular da pasta não tem argumentos e constantemente é desmentido por pesquisadores do próprio estado.

Os especialistas não enxergam viabilidade econômica e ambiental para o Amazonas com a reconstrução, pelo contrário, a propaganda em torno da rodovia, tem surtido efeito contrário aumentando o índice de crimes ambientais na região. No mesmo ambiente da CPI, um tema proposto por um parlamentar de Rondônia, tirou da ‘cartola’ algo que o próprio Governo Federal vem atuando para combater há décadas, a exploração de diamantes em área da União.
Entendedora de Amazônia, Silva, não apenas respondeu o político, como o instruiu a ajudar Rondônia a sair da crise emergencial que se encontra por conta da seca. “Ou nós vamos enfrentar o problema do desmatamento, da mudança do clima, ou isso que nós estamos vendo agora é apenas o começo, de ver as pessoas dos 62 municípios do seu estado, 48 em emergência. Isso não vai mudar. É o que a ciência diz”, pontua.
A ministra, fala em 62, mas Rondônia conta com 52 municípios geograficamente. A maioria, de acordo com a Marina, encontra-se em emergência, associada a falta de chuvas pelo fenômeno El Niño tendo agravante no aquecimento global. “Concluo dizendo, existe pensamento divergente da ciência? Claro. 95% do Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima diz que a Mudança Climática. Há uma parte que não diz, só que a ciência diz que tem determinadas coisas que não podem chegar ao ponto de não retorno, porque não teríamos mais o que fazer”, alerta.