Autor – Rogerio Galindo
O ex-juiz Sergio Moro (União) chega ao dia definitivo do julgamento de sua candidatura ao Senado sem ter certeza do resultado final. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná começou a julgar a validade de seu registro de candidato na quarta (14), mas um pedido de vista adiou o final do processo para esta sexta (16).
Até o momento, um único voto foi computado. Relatora das múltiplas contestações à candidatura de Moro, a desembargadora Cláudia Cristina Cristophani votou contra as impugnações e a favor de Moro. No entanto, o Plural apurou que esse não seria o sentimento de todos os julgadores, e que pode haver votos divergentes.
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Sergio Moro teve sua candidatura contestada por várias ações diferentes, movidas por partidos adversários como a federação liderada pelo PT e a candidata ao Senado Desiree Salgado (PDT). A base das contestações é a mudança de domicílio eleitoral durante o período em que ele se mudou para São Paulo, para tentar ser candidato a presidente pelo Podemos. A transferência do título de eleitor foi julgada inválida pela Justiça Eleitoral de São Paulo, mas houve duas consequências.
Por um lado, Moro teria ficado com o domicílio eleitoral em SP até a decisão do TRE paulista. E por isso não teria seis meses de domicílio eleitoral no Paraná, requisito básico para a elegibilidade. Por outro, o ex-juiz mudou de partido, passando do Podemos para o União Brasil enquanto estava em São Paulo. E por isso, o processo de filiação dele estaria irregular e fora de prazo.
A defesa de Sergio Moro afirma que, segundo a própria Justiça Eleitoral, Moro tem seu domicílio eleitoral em Curitiba desde 2011, uma vez que essa é a data de seu atual título de eleitor. Já a filiação, segundo a defesa, está regular desde 1º de abril de 2022, o que permitiria a candidatura.