Segundo Maiurino, a “direção da Polícia Federal vem estudando a implementação de mecanismos de supervisão administrativa e estruturação organizacional nos moldes daqueles adotados pela Procuradoria-Geral da República”, diz o documento.
O modelo sugerido pelo diretor da PF seria semelhante ao do Ministério Público Federal, no qual todos os inquéritos que tramitam no STF e no STJ (Superior Tribunal de Justiça) passam por pessoas indicadas e de confiança do procurador-geral da República.
De acordo com Maiurino, a medida permitira uma “melhor supervisão das investigações”, para evitar “o ajuizamento de medidas” que refletem, segundo o documento, “tão somente o posicionamento individual de autoridades policiais”, mas que estão “em dissonância da posição institucional da PF”.
A reportagem ouviu investigadores que disseram que, na prática, a mudança proposta é uma tentativa de controle e pode dar superpoderes ao diretor-geral, porque todas as investigações de autoridades com foro teriam que ter obrigatoriamente uma supervisão da cúpula da PF, assim como pedidos de medidas cautelares, como buscas, quebras de sigilo e prisões precisariam de ciência prévia de Maiurino.
No modelo atual, os chefes estaduais e diretores de áreas são responsáveis por avisar a cúpula da PF sobre possíveis temas sensíveis. Cada gestão estipula o momento em que essa comunicação é realizada, e nem sempre o diretor-geral é informado de tudo, por conta do sigilo das medidas. Todas as ações são feitas com autorização judicial.