Uma reunião na tarde desta segunda-feira (22) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deve organizar o calendário da CPI dos Fura-filas, que iniciou os trabalhos na semana passada. A comissão vai investigar a suspeita de desrespeito à prioridade na vacinação contra Covid-19 na Secretaria de Estado de Saúde (SES).
De acordo com o presidente da comissão, deputado João Vitor Xavier (Cidadania), ele e o relator, deputado Cássio Soares (PSD), vão se reunir às 16h com a área técnica da Casa para tratar do cronograma da CPI.
Um dos focos da comissão será apurar duas listas com mais de 2,6 mil nomes de servidores da Saúde. Na semana passada, os parlamentares aprovaram requerimentos para que o ex-secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, e o ex-secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, sejam convidados a prestar esclarecimentos sobre a suspeita de fura-filas. Os dois estavam na lista de imunizados e foram exonerados.
Também fazem parte do hall de convidados a depor o atual secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Eduardo Luiz da Silva, e a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de Belo Horizonte, Josely Ramos Pontes.
Além das listas com mais de 2,6 mil nomes, que já foram divulgados, os deputados vão pedir ao governo a relação da identificação do vínculo de cada pessoa com a administração estadual, a data de vacinação, a idade, o local de trabalho e o grau de exposição ao coronavírus de todos. Os parlamentares também querem saber se as pessoas imunizadas atuavam em regime presencial ou em teletrabalho.
Expectativas
De acordo com Xavier, a tendência é que sejam realizadas, pelo menos, duas reuniões a cada semana. As sessões deverão ocorrer de forma híbrida, com o presidente da CPI e os convidados a depor presentes na Casa. Já os demais deputados que integram a comissão devem participar de forma remota.
Ainda segundo Xavier, a expectativa é que na próxima reunião, nesta terça-feira (23), sejam analisados mais requerimentos.
Em relação ao primeiro depoimento, ele disse que ainda não há confirmações, mas a tendência é que seja o da promotora de Defesa de Saúde. A intenção em priorizar essa oitiva é para que deputados possam ter conhecimento das informações que já foram colhidas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que também apura as denúncias.
Vacinação na ALMG
Na semana passada, os deputados também aprovaram requerimento para convidar o gerente-geral de saúde ocupacional da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Marcos Vinícius Pereira, para a apresentação das circunstâncias em que os servidores da casa foram vacinados.
Os 55 servidores imunizados atuam dentro das dependências da Assembleia.