Porto Velho, RONDÔNIA – Sobre o bairro Mariana, na Zona Leste, como os demais que compõem a Capital rondoniense, anda não se sabe ao certo quem o criou, mas, a sua ocupação deu-se por sucessivas invasões, na maioria de seus ambientes, lideradas por nordestinos e outros migrantes.
Oficialmente, esse grande bairro da periferia Leste, um dos mais afastados da cidade, nunca foi olhado como deveria e durante quase toda sua existência deixou de ser visto como ‘um grande núcleo habitacional por gestões governamentais passadas, por isso o abandono’, lembra o professor aposentado Raimundo Guimarães Reis.
Segundo ele, ‘aqui, no início das invasões, tudo era um pasto só’. Ele declarou ainda que o acesso era feito por uma via apelidada de Colômbia (atual Rua Adalberto Alves) e que a origem do nome Mariana pode ter sido dado em homenagem à filha do ex-deputado e ex-vice-Governador, o Psicólogo Aparício Carvalho’.
Outros moradores disseram que comungam do mesmo pensamento. Entre os entrevistados, estão os líderes comunitários Maria Cleonice Ferreira da Silva (Presidente da Associação Beneficente de Voluntários e Amigos do Bairro Mariana, ABVAM) e Francisco Chaves De Lima, ex-presidente da Associação de Moradores, por quatro mandatos, também, conhecido por ‘Negão do Esporte’.
Segundo eles, no âmbito da história da sua criação e instalação, o bairro Mariana contou com ajuda do ex-prefeito Chiquilito Erse, que dera início à construção da única praça ao longo da Avenida Petrolina; depois quase nada fora mais edificado pelo poder público da época.
Já na gestão do prefeito reeleito, Hildon Chaves, ‘não só a praça foi construída, como também, ‘ele deu início a um novo tempo’. Segundo o professor Raimundo Guimarães e Cleonice da Silva, ‘obras de infraestrutura, como o asfalto, drenagem, meio-fio, correção de pontos críticos e outras melhorias dentro e fora do bairro, elevou nossa autoestima’.
Em pesquisa em parte dos Anais da Câmara de Vereadores e no de alguns historiadores de plantão consultados, mesmo nesses tempos de pandemia do novo coronavírus, a Reportagem não obteve nomes nem autores oficiais da denominação de quem, um dia, ousou criar e instalar o bairro Mariana.
O bairro Mariana nos dias atuais ainda é castigado pelo abandono de anos, segundo Francisco Chaves. Segundo ele, ‘vivemos sob o lema de uma grande incerteza quanto à falta de regularização dos imóveis e o foco dessa questão nos coloca no centro de uma das grandes polêmicas urbanísticas da cidade’.
Mariana tem, oficialmente, ao menos 52 ruas, parte delas asfaltadas na atual gestão do tucano Hildon Chaves. Ainda assim, a região ainda sofre com problemas de alagamentos, coleta de lixo, de saúde, educação, segurança pública e de transporte público. Sobre o assunto, a população aguarda que os serviços, no âmbito do município, sejam ampliados a partir do ano que vem.
Nos últimos quatro anos, o que acontece nesse bairro da periferia da cidade voltou a chamar a atenção das autoridades municipais pelo grande potencial que apresenta ante a aprovação do Plano Diretor aprovado, originalmente, pela Secretaria Municipal de Planejamento tirado em audiências públicas. Num dos pontos que pregam sua transformação, destaca-se que o melhor caminho para sua revitalização, ‘é o município e o Estado caminharem juntos para acelerarem a regularização fundiária a partir da intermediação do governo federal’, atesta moradores antigos.
Em contrapartida às propostas governamentais de, supostamente, parte das autoridades empurrarem com a barriga uma alternativa plausível para às demandas cada demanda política, social e/ou econômica, moradores da região mais afetada pela falta de saneamento em 100% do bairro (setor dos córregos e de loteamentos considerados irregulares), eles propõem que as autoridades governamentais melhorem sua relação, especificamente, com a população de toda a Zona Leste.
– Não só dentro do bairro Mariana, apontou um religioso de fora dos bloquinhos políticos e ideológicos, que não estariam nem aí para as mudanças que vem ocorrendo ao menos quatro anos na região Leste.
De acordo com esses moradores, a maioria com receio de opinar sobre qual o futuro que pretendem dar ao bairro Mariana, ‘a saída, por um lado, o governo do Estado de Rondônia precisa atuar em parceria com a Prefeitura, ambos trabalhando na articulação de soluções, como levarem 100% de saneamento, ampliar serviços de saúde (reequipar postos de saúde), a UNISP Leste, das UPAS, além de construírem mais unidades habitacionais, terminais de ônibus e linhas que adentrem todos os bairros, não só por dentro do bairro Mariana.
Enfim, os moradores disseram aguardar que, em breve tempo, a Prefeitura e o Governo do Estado venham a atuar em parceria pública privada, como arrematou o professor aposentado Raimundo Guimarães Reis.