Na noite de ontem, a mulher que teve o marido preso em Vilhena durante a madrugada entrou em contato com a reportagem para apresentar sua versão sobre o episódio. Com base no Boletim de Ocorrência, o site narrou a suposta violência doméstica cometida pelo homem, que estava foragido.
A entrevistada negou ter sido espancada, conforme está registrado no BO, mas admitiu ter sofrido alguns arranhões causados após uma discussão entre ela e o companheiro, revelando detalhes da conturbada relação entre os dois. A mulher de 27 anos também contou que conheceu o suposto agressor em 2023, quando ele cumpria pena no regime semiaberto.
Aliás, a entrevistada relatou que, antes de ser transferido para a Colônia Penal, o ex-marido cumpriu pena por outro crime. Ele resolveu romper a tornozeleira e deixar de dormir no “albergue”, após sobreviver a duas tentativas de assassinato.
A esposa explica que o motivo de o parceiro virar alvo de supostos faccionados seria por brigas com eles na Colônia. “Ele está cansado, após um ano e três meses foragido para não ser morto”, argumenta a jovem, acrescentando que chegou a morar com o ex-detento em uma chácara, mas as brigas constantes entre eles a fizeram pedir a separação e uma medida protetiva. Ela estava grávida de dois meses e meio na época.
Depois de algum tempo vendo o pai de sua filha, hoje com três, trabalhando em uma fazenda, ela o aceitou de volta. E foi justamente por causa da menina que o rapaz decidiu se entregar: “ele sempre quis registrar a bebê, mas como estava foragido, não podia fazer isso”.
Então, ontem, depois do “atrito de casal”, o homem aceitou se entregar, e foi aí que a esposa ligou para que a polícia fosse buscá-lo. “Ele é um bom pedreiro e muito trabalhador. A medida protetiva que pedi naquela época foi para três meses e não tem mais validade”, diz a mulher.
Sobre seu acolhimento em um abrigo, citado na reportagem anterior, a entrevistada explica que isso aconteceu na infância dela, cuja mãe era dependente física. “Eu convenci meu marido a se entregar para pagar o que deve, porque não havia mais como ele continuar fugindo”, finalizou.