O rapaz ferido admitiu ser usuário de drogas e contou ter ido a uma boca de fumo na avenida Dedimes Cechinel para comprar crack. Recebido pelo homem que comanda o estabelecimento, o dependente químico teria ouvido dele que, como havia chegado recentemente em Vilhena, teria que ir em determinado local e “matar um cara”.
Acreditando que precisaria mesmo assassinar alguém para poder comprar o entorpecente (uma exigência da facção criminosa que controla o tráfico naquela região da cidade), o rapaz que havia chegado do Acre há uma semana foi com o “boqueiro” de 40 anos e o filho dele, de 18, até uma área de mata no bairro Cidade Verde 2. Ele observou que pai e filho estavam com armas de fogo nas mãos.
Mirando na cabeça da vítima, os dois assassinos dispararam, atingindo-o no crânio, no tórax e nos braços. Mesmo ferido gravemente, o acreano conseguiu correr, escapando de outros tiros, e pedir ajuda na casa de uma garota de 21 anos, que ligou para a Polícia.
Após uma equipe do Corpo de Bombeiros resgatar o sobrevivente e levá-lo para receber atendimento médico, a guarnição foi até a boca de fumo. Quando os militares chegaram ao local, o homem que havia tentado matar o rapaz na companhia do próprio filho, tentou fugir, mas foi dominado. Na cintura dele foi encontrado o revólver calibre .32 com numeração raspada usado para cometer a tentativa de homicídio.
Na “boca” também estava o outro envolvido no crime, tentando se livrar da arma que usou para balear o acreano. Também havia três adolescentes na casa, e com eles, além de porções de drogas, tinha também dinheiro, ferramentas, celulares e a bicicleta do rapaz que sobreviveu aos tiros.
Questionado sobre como os fatos aconteceram, o garoto matador que agiu junto com o pai gravou um vídeo contando que a vítima foi até sua residência. Ali, ele e o pai o convenceram a deslocar até uma mata próxima. Ele assumiu que os dois tentaram executar a vítima, que aparentemente escapou porque os dois assassinos pensaram que ela estava morta, antes de começar a correr.
Um dos adolescentes explicou que o dinheiro encontrado em seu poder era oriundo da venda de drogas. Também contou que ficavam todos juntos no local, e que o pai dele esse, determinava uma função para cada um: um realizava a entrega do entorpecente e o outro recebia o dinheiro correspondente.
Diante da confissão e das provas colhidas, o pai, o filho e os adolescentes foram apresentados na Unisp, junto com as armas e as drogas apreendidas.