A garotinha, filha de pioneiros em Cerejeiras, foi operada por um neurologista em um hospital particular de Vilhena, ganhou alta ontem à noite e seguiu para casa na manhã de terça-feira, 02. A reportagem conversou com uma irmã da vítima, que deu detalhes do caso, que poderia ter acabado em tragédia.
Segundo a entrevistada, a irmã estava brincando com outras crianças na chácara da família, dentro da área urbana de Cerejeiras, e em dado momento, quando ia entrar em casa, começou a gritar e apresentava um sangramento no rosto. De início, os parentes imaginaram se tratar de ferimento provocado por algum inseto.
A irmã acompanhou o atendimento prestado à estudante no hospital de Cerejeiras e, desconfiada de que a lesão poderia ser algo mais grave, pediu que fosse feito um raio-X. Após ver a imagem e constatar que a garota estava com uma projetil próximo ao globo ocular, a família começou a viver outro drama: hospitais públicos se recusaram a fazer a cirurgia alegando não dispor de neuropediatra.
Para não levar a pequena paciente para hospitais de Cacoal, a família conseguiu atendimento com o neurologista, que operou a criança no hospital privado Bom Jesus, em Vilhena. Na unidade de saúde ficou constatado que o “chumbinho” de tamanho grande poderia ter atingido três regiões fatais na cabeça da garota: o globo ocular, que poderia deixá-la cega; uma artéria ou o próprio cérebro, o que levaria ao óbito.
Uma queixa foi registrada na Polícia Civil de Cerejeiras, que começou a investigar o caso. Vizinhos da menina, que estariam matando passarinhos, são suspeitos de terem feito o disparo com a arma de pressão, na qual foi usada uma munição que em muitos casos pode ser letal.