O governador do Acre Gladson Cameli (Progressistas) mesmo observando seu governo recebendo uma enxurrada de acusações, principalmente no que tange o envolvimento em desvio de recursos públicos, ainda é o nome mais cotado para retornar ao Palácio Rio Branco, sedo do Governo acriano. Mas até lá, o sobrinho do ex-governador, Orleir Cameli (2013) terá que se explicar, ou se esquivar das denúncias acerca de seu governo apontadas nas operações da Polícia Federal.
Durante uma entrevista já este ano, Gladson que passou a virada em Cruzeiro do Sul, sua terra natal, resolveu falar dos últimos acontecimentos. Ele classificou o cenário “como plano orquestrado por seus adversários”.
Mas se depender da Polícia Federal, a operação não chegou ao fim contra o governo Cameli. Depois de ter a Chefe de Gabinete, Rosângela Gama presa, acusada de envolvimento na organização criminosa, o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) apurou a movimentação de R$ 420 milhões nas contas do pai de Gladson, o empreiteiro Eládio Cameli.
Esse dinheiro, segundo a investigação, estaria saindo de desvios dos contratos da Saúde e Infraestrutura, ocorridos entre os meses de janeiro e agosto de 2019.
Indícios que chamaram a atenção para uma possível fraude foram os depósitos bancários. Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, R$ 107 mil teriam sido lançados na conta de Eládio. A maior parte do depósito aconteceu em fevereiro quando a conta de R$ 525 mil saltou para inexplicáveis R$ 50 milhões.
Gledson Cameli, irmão do governador também está na mira da PF. Gladson, segundo a investigação teria usado uma empresa no nome do irmão para comprar um apartamento de R$ 5 milhões em São Paulo.
O problema, de acordo com informações, foi que a construtora pulou fora e denunciou o caso ao Coaf. A PF enxerga a transação como estratégia de lavagem de dinheiro em que o governador acriano estaria sendo apontado como beneficiado principal. Ainda segundo a PF, as investigações apuram um movimento financeiro de pouco mais de R$ 800 milhões envolvendo Cameli.