“Chamo aqui as autoridades que no dia que mataram meu filho prometeram me dar assistência em tudo que eu precisasse, mas sumiram. E ao SAAE faço um acordo aqui, já que o juiz não me ouviu em nenhum momento: eu faço acordo de pagar 10 x mais este valor e devolvam meu filho. Triste e pedindo a Deus para esta vida acabar logo pois só de remédios e tratamentos não dá pra se viver. Covardes”.
Com este desabafo, a servidora pública Queula Sônia de Souza comentou a reportagem do jornal publicada em um grupo no Facebook noticiando a decisão judicial que obriga a prefeitura de Vilhena a pagar indenização pela morte do filho dela.
No ano passado, o estudante Jefferson Bruno Souza Souto, 21 anos, morreu após bater de moto contra uma árvore no canteiro central da avenida Major Amarante, a mais movimentada de Vilhena. O acidente fatal teria sido provocado por uma obra inacabada do SAAE – Serviço Autônomo de Águas e Esgoto da cidade.
Moradora de Cerejeiras até 2009, Queula, que é irmão do ex-prefeito daquela cidade, Kléber Calisto, veio para Vilhena a fim de garantir estudos e oportunidades para os quatro filhos.
Desde a perda do filho, a servidora de 42 anos vive à base de remédios e ainda lida com uma situação delicada para qualquer mulher: precisou retirar os dois seios após recomendação médica, já que havia aparecido tumores em ambas as mamas.