Após mais de 11 meses do chocante sequestro e assassinato da estudante Vitória Gabrielly, de apenas 12 anos, a Polícia Civil de São Paulo conseguiu chegar ao mandante do crime: um traficante de 35 anos que ordenou o sequestro da irmã de um usuário de drogas. Vitória desapareceu após sair de casa para andar de patins, na cidade paulista de Araçariguama.
De acordo com a Polícia Civil, o criminoso Odilan Alves, de 35 anos, comanda o tráfico de drogas na região e teria mandado sequestrar a irmã de um usuário de drogas que devia R$ 7 mil para ele.
Ainda segundo a investigação, a irmã do usuário de drogas é muito parecida com Vitória, por isso a garota foi sequestrada por engano. Quando descobriram o erro, os sequestradores decidiram matá-la.
Outras três pessoas já estão presas pelo crime, mas faltava chegar ao mandante. Odilan mora em Itapevi, mas mantém uma rede de distribuição de drogas em Araçariguama e outras cidades da região.
Ele foi identificado a partir de informações do usuário de entorpecentes que devia para o traficante. A testemunha está sob proteção do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo.
A prisão de Odilan e de outras quatro pessoas que trabalham para ele foi realizada nesta terça-feira (21), em Itapevi. O traficante foi levado para a cadeia de São Roque.
Os outros três acusados de matar a menina, o servente de pedreiro Bruno Ergesse e o casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes, estão presos em Tremembé, no Vale do Paraíba. Os três negam participação no crime, mas devem ser julgados pelo tribunal do júri. O processo tramita em segredo de justiça no Fórum de São Roque.
Caso gerou comoção nacional
O caso de Vitória mobilizou e comoveu a população de Araçariguama. Imagens de uma câmera mostraram a estudante de 12 anos andando de patins perto do ginásio de esportes, antes de desaparecer, no dia 8 de junho.
A polícia e os moradores se mobilizaram em buscas pela garota. O corpo foi encontrado oito dias depois, em um matagal, à margem de uma estrada rural. Ela havia sido amarrada antes de ser morta. O pedreiro, primeiro a ser preso, apontou o casal como executor do crime.