A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) está acompanhando de perto as articulações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras entidades do setor produtivo diante da decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025.
Nesta terça-feira (15), representantes da indústria nacional participaram de uma série de reuniões com o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília. A proposta é buscar soluções diplomáticas para mitigar os efeitos da medida anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, que voltou ao comando da Casa Branca.
Segundo o presidente da FIERO, Marcelo Thomé, o aumento da tarifa representa um risco real para a competitividade de diversos setores da indústria de Rondônia, especialmente o madeireiro e o agroindustrial. “Essa decisão pode comprometer o acesso de empresas rondonienses ao mercado norte-americano, afetando diretamente as exportações de madeira, carne, café, castanha e peixe nativo congelado, produtos com forte presença na pauta comercial com os EUA”, explicou.
Setor pede solução diplomática e mais tempo para negociação
A CNI está ouvindo os presidentes das federações estaduais para entender os impactos regionais e propor alternativas que envolvam diálogo e diplomacia. A proposta inicial é buscar um adiamento de 90 dias para o início da vigência da tarifa, evitando impactos imediatos às empresas exportadoras.
Para Thomé, é fundamental esgotar as vias de negociação antes de acionar medidas de reciprocidade. “É preciso manter o diálogo institucional e diplomático para defender os interesses das nossas indústrias e proteger empregos e renda. Em Rondônia, muitas empresas do setor madeireiro dependem diretamente das exportações para continuar operando”, destacou o presidente da FIERO.
A entidade afirma que continuará em articulação com a CNI e o governo federal para que o tema seja tratado com prioridade nas agendas bilaterais. A meta é preservar a competitividade da indústria nacional e proteger a economia regional de Rondônia.