Geólogos ingleses fizeram uma descoberta intrigante na região de Afar, localizada entre a Etiópia e Uganda: a existência de ondas rítmicas que pulsam com uma frequência comparável às batidas de um coração. O estudo sobre essa descoberta foi publicado na revista científica Nature em junho e conta com 16 pesquisadores, com a geóloga Emma J. Watts em destaque.
Abaixo de Afar, há uma coluna de rocha derretida que pulsa para cima, subindo do interior da Terra até a superfície. Este mecanismo pode ser o responsável pela formação de uma fenda que está lentamente rachando o continente africano. Essa rachadura tem o potencial de criar um novo oceano e transformar parte da Etiópia em uma ilha no futuro.
Encontro de Fendas Tectônicas e Análise Científica
A região de Afar é geologicamente rara, caracterizando-se como o ponto de encontro de três fendas tectônicas: a da Etiópia, a do Mar Vermelho e a do Golfo de Áden. Ao longo de milhões de anos, à medida que as placas tectônicas se afastam, elas se esticam e afinam até se romperem, um processo que forma uma estrutura geológica conhecida como rifte.
Segundo o estudo, o movimento dessas placas tectônicas influencia o manto abaixo de Afar, fazendo-o se mover por meio desses pulsos rítmicos. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram dados geoquímicos de mais de 130 amostras de “vulcões jovens”, que são ressurgências do manto na superfície com menos de 2,6 milhões de anos. Esses materiais foram então comparados com rochas mais antigas para compreender as mudanças químicas ao longo do tempo.
A partir desta pesquisa, os geólogos buscam agora entender melhor a velocidade dessas pulsações e os efeitos que elas provocam na superfície da Terra, aprofundando o conhecimento sobre a dinâmica interna do nosso planeta.