Em discurso na última sessão da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os incentivos financeiros concedidos à produção de petróleo e gás. Segundo ele, apenas no ano passado, os 65 maiores bancos do mundo destinaram 869 bilhões de dólares em financiamentos para o setor de combustíveis fósseis.
“Oitenta por cento das emissões de carbono são produzidas por menos de 60 empresas. A maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento. Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, afirmou o presidente. Ele ressaltou a urgência de triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética, dado que o aquecimento global avança “em ritmo mais acelerado que o previsto”.
Financiamento Climático e Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Lula também abordou o lançamento da Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics, que, segundo ele, “apresenta fontes necessárias e modelos alternativos para o financiamento climático”. Outra aposta para o financiamento é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado na COP30, em novembro, em Belém, com o objetivo de remunerar serviços ecossistêmicos para o planeta.
O presidente destacou que, uma década após o Acordo de Paris, ainda faltam recursos para uma “transição justa e planejada”. Ele enfatizou que os países em desenvolvimento serão os mais afetados por perdas e danos climáticos, mas são os que menos dispõem de meios para arcar com as medidas de mitigação e adaptação.