O brasileiro Marcus Arduini Monzo foi condenado nesta sexta-feira (27) à prisão perpétua por ter assassinado, com uma espada de samurai, um adolescente britânico de 14 anos em Hainault, zona leste de Londres. A decisão judicial estabelece que ele deverá cumprir pelo menos 38 anos de reclusão antes de ter direito a qualquer revisão da pena.
O crime ocorreu em 30 de abril de 2024 e, segundo as investigações, Monzo estava em estado de psicose induzida pelo uso de maconha no momento do ataque. Além da acusação de homicídio, ele também foi condenado por tentativa de assassinato, lesão corporal grave e porte de arma ofensiva.
O episódio, que durou cerca de 20 minutos, deixou quatro pessoas feridas, incluindo dois policiais. A vítima fatal, o adolescente Daniel Anjorin, estava a caminho da escola quando foi atingido. Testemunhas relataram que Monzo demonstrava sinais de euforia e chegou a sorrir após o ataque.
Durante a audiência no tribunal de Old Bailey, em Londres, Monzo permaneceu impassível ao ouvir o veredito proferido por um júri composto por oito mulheres e quatro homens. A pena, apesar de ser classificada como prisão perpétua, não é definitiva: após o cumprimento do tempo mínimo, o réu pode solicitar liberdade condicional, que, se concedida, será monitorada por toda a vida. Caso represente risco à sociedade, poderá ser reincarcerado mesmo sem cometer novo crime.
Detalhes do ataque
A sequência de violência teve início logo após um carro colidir contra uma residência. Em seguida, Monzo desceu do veículo e passou a atacar pessoas nas proximidades, inclusive dentro de uma casa. Daniel Anjorin foi golpeado na rua e não resistiu aos ferimentos. Dois agentes de segurança também ficaram gravemente feridos durante a contenção do agressor.
Moradores da região ficaram profundamente abalados. Uma vizinha do menino relatou que tentou alertá-lo momentos antes do ataque, mas ele não ouviu por estar com fones de ouvido. “Foi horrível. Aconteceu diante dos nossos olhos”, relatou.
Daniel era aluno de uma escola em Woodford Green, que divulgou nota lamentando a perda. A instituição o descreveu como um estudante dedicado, de caráter gentil e presença fundamental na comunidade escolar.
Repercussão
O crime comoveu o país e mobilizou autoridades. O então primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, manifestou solidariedade à família da vítima e elogiou a coragem dos socorristas. A promotoria destacou a gravidade do caso e reiterou o apoio às famílias afetadas.
Perfil do autor
Marcus Monzo morava sozinho no bairro de Newham, também na zona leste de Londres. Segundo vizinhos, era conhecido por ser discreto e pouco sociável. Um brasileiro residente na região contou à imprensa que nunca presenciou comportamentos suspeitos por parte dele, classificando-o como um vizinho “educado e reservado”.
O caso agora entra para a lista de crimes mais impactantes do Reino Unido em 2024, tanto pela brutalidade quanto pelas circunstâncias incomuns que envolveram o autor e as vítimas.