Recente pesquisa do Datafolha, aponta que a reprovação do governo Lula atingiu 40%, registrando um leve aumento em comparação com o levantamento anterior. Paralelamente, a aprovação do governo caiu para 28%. Uma outra instituição de pesquisas registrou reprovação de 43% e aprovação de 25%.
Anteriormente, os números eram de 39% de reprovação e 29% de aprovação no Datafolha. Esses dados demonstram uma insatisfação crescente do povo brasileiro.
Com 72% ou 75% da população não considerando bom o governo atual, fica evidente que não há uma percepção de boa gestão e o presidente Lula deveria refletir sobre esses dados.
De fato, os recentes escândalos no INSS devem ter tido um peso considerável na queda de sua aprovação. Isso remete a episódios passados, como os escândalos do Petrolão, Mensalão e da própria Operação Lava Jato.
Hoje, todos os envolvidos estão soltos, com os processos encerrados ou anulados, seja por questões processuais ou por prescrição.
Isso também gera na população a sensação de que um aspecto fundamental da administração, que é o combate à corrupção, não tem sido efetivo. Nos governos do PT, tal combate não ocorreu como deveria haja vista, repito, os escândalos do Mensalão, Petrolão, Lava Jato, e agora, do INSS, com ministro já afastado para investigação.
Essa situação, aliada à política econômica de gastos excessivos e ao constante aumento da tributação, leva 72% da população brasileira a concluir que o governo não está bem.
Apenas 28% dos brasileiros consideram o governo Lula positivo. Esse percentual parece corresponder ao “bloco tradicional” que o PT sempre teve nas eleições: um grupo que apoia consistentemente as teses de esquerda.
Apesar de estar em 28%, esse bloco fiel ao presidente Lula é composto por apoiadores genuínos, e não por aqueles que ocupam ministérios por mera conveniência. Muitos destes últimos, inclusive, poderão se opor ao presidente Lula caso ele se candidate novamente.
Para 2026, o apoio que se mantém vem daqueles que são autenticamente de esquerda, mas 72% da população não aprova a gestão atual, o que demanda uma profunda reflexão.
Será que vale a pena continuar nessa tensão permanente, onde o Poder Judiciário é pressionado pela esquerda para punir, justamente quando aqueles que mais deveriam ser condenados neste país — os corruptores e os corruptos — estão todos soltos por questões processuais?
O presidente Lula deveria refletir profundamente sobre a atual situação. Entendo que uma nação que falha no combate à corrupção e que erra repetidamente na política econômica, acaba por prejudicar o próprio povo. Isso se manifesta no aumento constante da tributação, nos gastos com dinheiro que não se tem e, ao mesmo tempo, na falta de demonstração clara de zelo pelo dinheiro público.
Talvez o resultado das pesquisas faça o presidente, que em seus dois primeiros mandatos foi pragmático, dialogando com todos e fazendo questão de se apresentar como um homem diplomático, pensar em seu comportamento atual. Agora, ele critica de todas as formas, por vezes agressivamente, aqueles que estão na oposição. Esse estilo, após quase dois anos e meio de governo, contribui para sua reprovação de 40% ou 43% e para uma aprovação de apenas 28% ou 25%.
Ora, o debate deveria ser de pacificação e não um embate de radicalizações, em que pessoas sem histórico criminal ou sem armas para iniciar uma revolução, recebem penas de 14, 15 e 16 anos. Tudo isso deverá ter um peso significativo nas próximas eleições.
Por outro lado, é evidente que a oposição tem crescido. Sua força, no entanto, será testada nas eleições de 2026.
Eu gostaria que tivéssemos um país pacificado. Um país onde o debate entre esquerda e direita, entre conservadores e aqueles que se dizem progressistas, fosse de alto nível, como ocorre, por exemplo, no parlamento da Inglaterra, e não o cenário que estamos vivendo no Brasil.
Se não houver essa pacificação, creio que teremos uma campanha eleitoral em 2026 onde o ódio continuará prevalecendo.
A avaliação negativa do presidente Lula chegou a um nível tal que não há narrativa que possa superar essa queda do governo que, não querendo mudar, parece estar desorientado, sem direção.
O Brasil está afundando. Está entrando no campo minado da inflação. Estamos enfrentando brigas desnecessárias com o exterior e querendo regular a opinião pública por meio de decretos que impeçam o povo de falar, sendo que, com essa queda nas pesquisas do atual mandatário do Brasil, o povo tem que criticar.
E a crítica ao governo gera, evidentemente, um ambiente muito ruim para o país. O problema não é controlar a opinião pública, mas sim as despesas, os gastos, a inflação, a corrupção e tudo aquilo que começa a preocupar.
Seja como for, o governo do presidente Lula, com sua política econômica equivocada, escândalos não solucionados como o do INSS e, erros acumulados, corre um sério risco. Afinal, 72% ou 75% do eleitorado brasileiro não considera sua gestão positiva.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Acade mia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Acade mia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).