As baixas temperaturas registradas nos últimos dias têm retardado a perda natural de umidade de grão em alguns estados. Esse cenário tem influenciado nos trabalhos de colheita, uma vez que o tempo necessário para que o cereal atinja o teor de umidade ideal para ser colhido aumenta. De acordo com o Progresso de Safra, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita atinge 3,9% da área semeada do milho 2ª, índice inferior ao registrado na média dos últimos 5 anos.
Em Mato Grosso, os trabalhos já chegam a 5,6% da área cultivada pelo cereal. O índice é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, vale salientar que no ciclo 2023/24 o plantio do cereal no segundo ciclo teve início antecipado diante dos problemas climáticos registrados no cultivo da soja, influenciado pelo El Niño. No entanto, as boas condições das lavouras na atual safra podem contribuir para que a produtividade supere a obtida na última temporada.
No Paraná, o tempo mais seco ao longo da semana passada permitiu um avanço da colheita. Porém, as temperaturas mais baixas e as precipitações registradas no fim de semana impõem um ritmo mais lento nos trabalhos. De acordo com o Progresso, cerca de 4% da área paranaense já foram colhidas.
Em Mato Grosso do Sul, a passagem de uma frente fria não causou danos às lavouras, mas reduziu a velocidade da colheita. Os agricultores do estado já colheram 2% da área, enquanto que a média dos últimos 5 anos é de um percentual em torno de 2,7%. Por outro lado, o clima mais frio nas áreas produtoras sul-mato-grossense contribuiu para reduzir a população de insetos que poderiam prejudicar a cultura.
Em Goiás, a colheita foi iniciada no Sul do estado, mas paralisada devido à alta umidade dos grãos. Em Minas Gerais, os produtores também aguardam uma maior redução da umidade dos grãos para acelerarem os trabalhos. Já em São Paulo, as chuvas registradas são mais um fator para o atraso do início da colheita.
Outros produtos – Se o clima mais frio influencia no atraso da colheita do milho, as baixas temperaturas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de trigo. No Paraná, a semeadura do cereal avança e as áreas implantadas apresentaram bom desenvolvimento, beneficiadas pelas temperaturas mais baixas e pelos níveis adequados de umidade no solo. Já no Rio Grande do Sul, após as chuvas das semanas anteriores, os produtores aproveitaram o tempo seco para realizar a semeadura da cultura. As lavouras implantadas anteriormente apresentaram boas condições de emergência e estabelecimento inicial.
Outras informações sobre estágios de crescimento e desenvolvimento das lavouras das principais culturas do país, bem como as condições meteorológicas, estão disponíveis no site da Companhia.