O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO/AC) lança a cartilha “A Cor das Palavras”, acompanhada de uma campanha virtual focada no enfrentamento do racismo linguístico no Judiciário. A iniciativa, realizada pelo Comitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-14, e alinhada ao PROAD n. 2540/2025, ao Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade da Justiça do Trabalho (Resolução CSJT N.º 368/2023), à Política Interinstitucional de Equidade de Gênero, de Raça e Diversidade (Resolução Administrativa n. 041/2021) e à Política de Equidade Racial do TRT-14 (Portaria GP n. 0719/2025), bem como às diretrizes e metas da gestão 2025-2026, que visam promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso. A cartilha propõe um olhar crítico sobre o racismo linguístico no cotidiano, oferecendo reflexões sobre como as palavras podem reforçar estigmas raciais e perpetuar a discriminação.
>> Confira a cartilha “A COR DAS PALAVRAS”, disponível para download em PDF
>> A cartilha também está disponível em formato interativo, acessível por este link
Com o lançamento dessa cartilha, o TRT-14 pretende conscientizar magistrados(as), servidores(as) e a sociedade sobre as expressões que devem ser abolidas de nosso vocabulário, tais como: “da cor do pecado”, “não sou tuas negas”, “até tenho amigos que são negros” e “tem o pé na cozinha”. Essas frases, entre outras, são exemplos do racismo estrutural velado que se manifesta por meio da linguagem, perpetuando estereótipos e a segregação.
O TRT-14 já implementa políticas internas, como a adesão ao Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial, e realiza diagnósticos étnico-raciais, ações de capacitação e parcerias interinstitucionais. O objetivo é promover uma justiça mais inclusiva e representativa, combatendo as desigualdades raciais que ainda permeiam o sistema judiciário.
O racismo linguístico e seu impacto no cotidiano do Judiciário
O racismo linguístico é uma forma de discriminação que se manifesta por meio do uso de expressões e palavras que desqualificam ou estigmatizam a população negra. Essas palavras, aparentemente inofensivas, carregam um histórico de exclusão e violência que ainda reverbera nas relações sociais, principalmente no ambiente jurídico.
Durante a palestra de lançamento, o juiz Walder Ferreira, coordenador do Comitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-14, e a advogada Rafaela Cristina Albuquerque da Silva, presidente da Comissão da OAB/RO da Igualdade Racial e Verdade da Escravidão Negra, destacaram a necessidade de ações concretas no combate ao racismo estrutural.
A campanha do TRT-14 nas redes sociais busca sensibilizar sobre a importância de refletir sobre a linguagem que utilizamos, e como ela pode fortalecer as desigualdades raciais.
Canais de Denúncia e Como Participar
O enfrentamento ao racismo também passa pela conscientização e pela criação de canais acessíveis de denúncia. O TRT-14 disponibiliza a Ouvidoria como um canal institucional para receber denúncias sobre situações de racismo no ambiente de trabalho. As denúncias podem ser feitas de forma anônima e são tratadas com sigilo.
Além disso, o racismo é crime e pode ser denunciado diretamente nos órgãos competentes. O telefone 190 da Polícia Militar pode ser acionado em situações de flagrante, enquanto o Disque 100 é um canal para denunciar discriminação racial e outros tipos de violações de direitos humanos. Também é possível registrar queixas diretamente nas Delegacias de Polícia Civil.
A luta contra o racismo é um compromisso de todos(as), e o TRT-14 segue firme na implementação de políticas que busquem a equidade e o reconhecimento das diversidades étnico-raciais em todas as suas ações.