No programa Amazônia, Gente e Justiça, transmitido pelo News Rondônia e News TV, Breno Veisack Lara — advogado, pesquisador e mestrando em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça pela UNIR — trouxe uma análise profunda e acessível sobre os efeitos do teletrabalho e das novas tecnologias na Justiça do Trabalho, especialmente em contextos amazônicos como Rondônia e Acre.
Teletrabalho como ferramenta de inclusão e transformação
Breno destacou que o teletrabalho, oficialmente reconhecido pelo CNJ em 2016, foi mais do que uma resposta à modernização: tornou-se uma alternativa eficaz para ampliar o acesso à Justiça e reter talentos em regiões distantes dos grandes centros. Em estados como Rondônia, o modelo permitiu manter profissionais qualificados atuando de forma eficiente, mesmo fora das capitais, algo antes considerado improvável.
Porém, ele fez um alerta: é necessário encarar as novas exigências que vêm com esse formato. Segundo Breno, embora a produtividade aumente, também surgem riscos à saúde mental, como o esgotamento emocional e a dificuldade de separar a rotina pessoal da profissional. Isso exige políticas internas mais cuidadosas, com foco na saúde ocupacional e no bem-estar dos servidores.
A inteligência artificial no cotidiano jurídico
A entrevista também abordou o uso da inteligência artificial na Justiça. Breno apresentou ferramentas como o Chat JT, um sistema de IA generativa utilizado para agilizar tarefas dos servidores, como a elaboração de minutas e sentenças. O diferencial, segundo ele, está na linguagem acessível: a IA é treinada para produzir textos claros, facilitando a compreensão por parte dos trabalhadores que recorrem ao Judiciário.
Para ele, essa revolução tecnológica deve caminhar ao lado da humanização. “A Justiça só é efetiva quando é compreendida. Não adianta decidir bem se a pessoa não entende o que foi decidido”, afirmou.
Educação, inovação e transformação social com o DJUS
Breno também destacou a importância do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça (DJUS), da Universidade Federal de Rondônia. Trata-se de um mestrado interdisciplinar que recebe profissionais de diversas áreas, com o objetivo de produzir conhecimento voltado para a transformação social. Ele defendeu que esse espaço acadêmico é essencial para fomentar debates atuais sobre justiça, inclusão e tecnologia, especialmente dentro do contexto amazônico.
Fake news e a responsabilidade do Estado
A entrevista encerrou com uma reflexão sobre o papel do Estado diante da avalanche de fake news. Breno lembrou que a desinformação não é novidade, mas ganhou proporções alarmantes com a internet. Ele defendeu ações firmes para que a internet não se torne um território sem lei. “Garantir liberdade de expressão é essencial, mas combater a mentira sistemática também é defender a democracia”, pontuou.
Justiça humanizada para a Amazônia
A participação de Breno Veisack Lara no Amazônia, Gente e Justiça reafirmou a importância de aliar tecnologia, inclusão e responsabilidade social na busca por um Judiciário mais eficaz e acessível. Em meio às mudanças digitais, ele defende um Judiciário que respeite a dignidade das pessoas — com decisões compreensíveis, ferramentas modernas e servidores saudáveis.
Amazônia, justiça e tecnologia: três pilares que, segundo Breno, precisam caminhar juntos para garantir um futuro mais justo e humano para todos.