TERÇA-FEIRA, 03/06/2025
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O colapso afetivo contemporâneo: entre a liberdade e a responsabilidade jurídica

O amor, que deveria ser alicerce de construção, passou a ser território de conflitos jurídicos, emocionais e morais.

Por Jefferson Silva de Brito – Advogado e jornalista - 20

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O colapso afetivo contemporâneo: entre a liberdade e a responsabilidade jurídica
IStock

Vivemos um momento crítico no que diz respeito às relações afetivas. A fragilidade dos vínculos, a banalização dos compromissos e o uso recorrente do afeto como moeda de troca têm gerado um cenário de esgotamento emocional generalizado. O amor, que deveria ser alicerce de construção, passou a ser território de conflitos jurídicos, emocionais e morais.

O peso invisível que recai sobre o homem comum

A figura masculina, em muitos casos, tem sido atravessada por exigências desproporcionais: ele deve prover, sustentar, acolher, entender, silenciar e ainda lidar com o ônus jurídico de vínculos afetivos que, muitas vezes, foram desequilibrados desde o princípio. A paternidade socioafetiva, a união estável presumida, a divisão patrimonial e as alegações de abandono têm servido como instrumentos frequentes de litígio, mesmo em relações breves e frágeis.

Não se trata de vitimização masculina — trata-se de alertar para uma assimetria crescente na forma como se estabelecem e se desfazem os relacionamentos.

O desequilíbrio entre liberdade e compromisso

A autonomia feminina, conquista legítima e histórica, não pode ser confundida com isenção de responsabilidade emocional. Da mesma forma que o homem é cobrado por suas escolhas, a mulher também precisa compreender que liberdade não significa ausência de dever ético nas relações afetivas. Não é justo exigir estabilidade de quem só entrega presença parcial, nem exigir exclusividade emocional quando se vive de atenção fragmentada e promessas frágeis.

A necessidade urgente de responsabilidade afetiva

O que defendemos aqui não é o retrocesso dos papéis sociais, nem a anulação da individualidade. Defendemos responsabilidade afetiva como princípio fundamental para a construção de qualquer vínculo saudável. Onde há verdade, há segurança. Onde há honestidade emocional, há crescimento mútuo. Onde há respeito aos limites e à palavra empenhada, há bênção — mesmo quando o relacionamento chega ao fim.

Um chamado à consciência

Este artigo não é contra o amor. Muito pelo contrário: ele é uma defesa direta e corajosa do amor lúcido, comprometido, responsável e verdadeiro. Amar exige coragem, mas também exige coerência. E é justamente a ausência dessa coerência que tem tornado tantos vínculos insustentáveis.

Que homens e mulheres resgatem a nobreza da verdade. Que a afetividade seja vivida com maturidade. E que o amor, quando surgir, encontre terreno fértil — não para se perder, mas para florescer.

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