Aprender a ler é um dos grandes momentos da vida de uma criança, daí a importância do incentivo à leitura, de ouvir contação de histórias. Estes são alguns dos motes do projeto “Lê pra mim?”, que chegou a Porto Velho para promover a leitura e incentivar o amor pela literatura em crianças de escolas públicas. A participação de artistas e escritores ajuda a criar um ambiente de entusiasmo e motivação para as crianças, incentivando-as a desenvolver o amor pela leitura e pela literatura.
O evento realizado na escola Flamboyant, na capital, na manhã da quarta-feira (28), contou com a participação da atriz Sônia de Paula, idealizadora do projeto, e da professora aposentada Úrsula Maloney, uma das pioneiras na educação em Rondônia, que com sua experiência e legado de mais de 40 anos dedicados ao magistério, abrilhantou o evento lendo para os alunos o livro “A menina que não gostava de ler”, da escritora Lilia Gramacho.
Cerca de 100 alunos do 1º ao 5º ano participaram pela manhã. À tarde, mais 100 alunos foram contemplados. O “Lê Pra Mim?” continua até sexta-feira (30) em outras escolas da rede municipal de Porto Velho.
O prefeito Léo Moraes e o secretário municipal de Educação, Leonardo Leocádio, são unânimes em ressaltar que, além de contribuir para o desenvolvimento do vocabulário, ler regularmente ainda ajuda a melhorar a interpretação, a concentração, a memória, a imaginação e a criatividade. Um bom hábito de leitura ajuda a promover a vontade de aprender e ler em família e ainda fortalece os laços afetivos. Daí a importância desse projeto que está contemplando os jovens estudantes da rede de ensino municipal.
EXPERIÊNCIA

A representante porto-velhense convidada para participar da atividade, a professora Úrsula Maloney, disse que adorou o evento e agradeceu pela oportunidade da vivência com os jovens estudantes. “Adorei, pois é mais uma experiência importante. Ao ensinar também aprendemos. É uma troca. Eu continuo aprendendo e é uma maravilha vir aqui e ler uma história para eles. A leitura é fundamental. Hoje, os pais não têm mais tempo para contar uma história para os filhos, que estão sempre de olho na internet, nas redes sociais”.
Úrsula acrescentou que “antigamente, nossos pais liam de noite para nós. Isso é muito importante. O incentivo da leitura tem que ser dado assim. Todo dia, livros diferentes, trazer, jogar no chão, deixar eles sentarem e mesmo que ainda não saibam ler, podem ver as figuras, e conseguem criar seu próprio universo, porque são inteligentes”.
O PROJETO

Sônia de Paula começou o “Lê pra mim?” há 15 anos e já passou por Belém, Manaus, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Piauí, Teresina, Fortaleza, Belo Horizonte e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. No Rio de Janeiro, além de fazer na biblioteca, fez em escolas públicas na comunidade da Maré, do Alemão, no Forte Copacabana e também nas zonas culturais e agora chegou a vez de Porto Velho.
A atriz relatou como surgiu a ideia do projeto. Ela disse que estava em casa e a filha pediu que lesse para ela. “A obra que escolhi não foi a primeira que li para minha filha, mas foi a primeira que leram para mim, Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos. E assim nasceu o projeto e tenho realizado há 15 anos incentivando a leitura em centros culturais, pontos turísticos e escolas públicas. Hoje estamos em Porto Velho, onde fomos muito recebidos com entusiasmo pelos estudantes, pois eles interagem, participam e isso enriquece a experiência”.
Sônia completou que “a professora Úrsula leu uma história curta para manter a atenção deles. Eu digo que vim plantar uma sementinha e sou repetitiva em dizer que um país, um estado, uma cidade, se faz pelo conhecimento e só adquirimos isso lendo. Por isso me acho abençoada por poder plantar essa semente”.

Ainda conforme Sônia, com 53 anos de carreira, quer ser lembrada por este projeto de incentivo à leitura. “Quero agradecer à Prefeitura e ao pessoal de Porto Velho pela oportunidade de passar nessas escolas. Eu fiz essa interação com as crianças fazendo comparações entre o que tem e o que não tem preço, para elas saberem dar o valor das coisas e fiz essa brincadeira. Por exemplo, o amor de pai e mãe não tem preço, a família não tem preço, então, meu objetivo foi atingido.
Lucilene Félix, diretora da Escola Flamboyant há sete anos, falou que um dos seus objetivos atuais é melhorar a fluência da leitura das crianças da unidade. “Receber esse projeto aqui foi de extrema relevância porque despertou as nossas crianças, desejando realmente pela leitura. Foi maravilhoso, e agradeço imensamente a equipe por presentear nossa escola nesse cronograma. Se tiverem mais projetos, estamos de portas abertas, porque a nossa intenção é melhorar as nossas crianças”.