Em edição recente do programa Momento Agro, os especialistas Antônio Almeida e Jucilene Braitenbach lançaram luz sobre a realidade da piscicultura em Rondônia, uma atividade que desponta como eixo promissor no agronegócio regional. A entrevista revelou tanto os entraves enfrentados pelos produtores quanto as estratégias em curso para transformar o estado em uma referência nacional e internacional na produção de pescado.
Potencial natural e desafios estruturais
Antônio Almeida destacou que Rondônia reúne condições naturais ideais para a piscicultura — como águas de boa qualidade e clima favorável —, mas enfrenta barreiras significativas. A ausência de infraestrutura adequada e a limitada atuação de políticas públicas consistentes são obstáculos para a expansão sustentável da atividade. Ele defendeu maior investimento governamental em logística e insumos, além da integração com políticas de desenvolvimento rural.
Recuperação pós-pandemia e apoio ao pequeno produtor
Jucilene Braitenbach, doutora em aquicultura, apontou o impacto da pandemia sobre os pequenos produtores, que sofreram quedas expressivas na produção e nas vendas. Ela ressaltou a importância de programas públicos que incentivem a retomada das atividades, com foco na abertura de mercados internacionais e na regularização ambiental. A assistência técnica contínua e a ampliação do acesso ao crédito também figuram entre as demandas mais urgentes do setor.
Capacitação e cooperativismo como alicerces do crescimento
Ambos os entrevistados enfatizaram que a capacitação técnica e a gestão eficiente são fatores determinantes para a viabilidade econômica da piscicultura. Antônio Almeida sugeriu a formação de cooperativas como alternativa para fortalecer os pequenos produtores, promovendo melhores práticas de gestão, compartilhamento de recursos e maior competitividade.
Padronização para agregar valor e abrir mercados
Outro ponto destacado por Jucilene Braitenbach foi a necessidade de padronização dos cortes de peixe. Ela explicou que a falta de uniformização nos produtos dificulta a inserção no mercado externo e compromete a segurança das transações comerciais. A adoção de nomenclaturas e padrões industriais pode, segundo ela, impulsionar o valor agregado do pescado e facilitar sua comercialização.
Iniciativas e parcerias institucionais
A entrevista ressaltou ainda o papel de entidades como o SENAR e a Emater, que têm atuado em conjunto com o setor produtivo na oferta de assistência técnica, capacitações e incentivos como a distribuição de alevinos. Essas parcerias são vistas como cruciais para profissionalizar a cadeia produtiva e fomentar um modelo de produção mais eficiente e sustentável.
A piscicultura como motor da economia rondoniense
O diálogo com Antônio Almeida e Jucilene Braitenbach, no Momento Agro, oferece um panorama preciso das necessidades e possibilidades da piscicultura em Rondônia. Com políticas bem estruturadas, investimentos estratégicos e colaboração entre governo, instituições e produtores, o setor pode consolidar-se como um dos pilares da economia local e um exemplo de desenvolvimento rural sustentável.