Nossa equipe foi convidada para participar do ACISO (Ação Cívico-Social) realizado pela 17ª Brigada de Infantaria de Selva, sob o comando do General de Brigada Diógenes de Souza Gomes. Saímos de Porto Velho rumo à Aldeia Karitiana, localizada a aproximadamente 80 km da capital de Rondônia. Foram 32 km de asfalto e, depois, seguimos por estradas de chão, cercadas de muito verde, em um caminho traçado no meio da selva.
Ao chegar, encontramos uma grande estrutura montada para oferecer atendimentos médicos, odontológicos, psicológicos e sociais às comunidades Karitiana, Joari e Bom Samaritano.
A cerimônia de abertura foi marcada por uma apresentação cultural dos povos indígenas e pela presença de autoridades como o Dr. Aparício Carvalho, representando a FIMCA; Isac Oliveira Wajuru, coordenador do DSEI Porto Velho; e o tenente-coronel Heber Moura.

“É um momento muito significativo. Aqui não estamos só como profissionais, mas como seres humanos que entendem a importância desse cuidado”, destacou Alcione Oliveira dos Santos, professora da FIMCA e responsável pelo projeto Salus na Aldeia, que levou cerca de 90 alunos para a missão.
Atendimento humanizado e de qualidade
Durante dois dias, a comunidade recebeu uma série de serviços de saúde. Consultas médicas em ginecologia, pediatria e clínica geral foram realizadas, além de testagens rápidas para HIV, sífilis e hepatites B e C.

Na odontologia, os atendimentos foram destaque. “Fizemos desde remoções de cáries até restaurações. E tivemos um diferencial: um mini laboratório de prótese no local. Isso nos permitiu realizar reparos e confecções rápidas, o que fez toda a diferença para muitos pacientes”, contou a professora Katarina.
Ela também ressaltou o impacto da experiência para os acadêmicos. “Mesmo com recursos limitados, os alunos aprenderam muito. Trabalhar em campo, em situações reais, desenvolve não só habilidade técnica, mas empatia e sensibilidade”, disse.
Farmácia e cuidado contínuo
Na farmácia, Cleoneide, profissional do DSEI Porto Velho, teve papel essencial na organização e na entrega dos medicamentos. “Nosso trabalho não é só entregar remédio. A gente orienta, explica, cuida. É muito gratificante poder contribuir com a saúde dessas comunidades”, comentou.

Ela reforçou que o DSEI, que normalmente trabalha com atenção básica, amplia seu alcance nessas ações, oferecendo também especialidades e um olhar mais amplo para a saúde dos povos indígenas.
União que faz a diferença
De acordo com o Capitão Caio, a ação contou com o empenho de 78 militares da 17ª Brigada e 90 civis, entre profissionais e acadêmicos. “Essa união é essencial. A disciplina e a organização militar, somadas ao conhecimento acadêmico, garantem o sucesso da missão”, destacou.
A ação teve início no dia 26 e encerrou nesta terça-feira, às 12h. Homens e mulheres que participaram desse ato puderam sentir na pele o agradecimento de quem recebeu atendimento.
Uma emoção que transborda os deveres da farda, e até mesmo dos alunos, que deixaram sua rotina diária para colocar em prática não só o que aprendem em sala de aula, mas também a humanidade que a profissão exige.
A cada olhar, a cada sorriso, a alegria de perceber que sim, existem pessoas que realmente se importam. E como retribuição, além de abraços e palavras de agradecimento, eles receberam afeto sincero das crianças, que na pureza de seus gestos e no brilho do olhar, diziam silenciosamente: “Obrigado”.