A Prefeitura de Porto Velho promoveu, na última semana, o 1º Seminário de Planejamento Municipal, iniciativa da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sempog), que reuniu mais de 200 pessoas, entre servidores e gestores municipais, no Teatro Banzeiros. O evento marcou o início da etapa de construção do Plano Plurianual (PPA) 2026–2029, com foco no fortalecimento da gestão pública, na integração entre secretarias e na qualificação técnica das equipes envolvidas no planejamento e execução de políticas públicas.
Durante o seminário, foram debatidos temas voltados ao desenvolvimento socioambiental de Porto Velho, como gestão estratégica, urbanização, infraestrutura, sustentabilidade, turismo, inovação, transformação digital e captação de recursos. A programação contou com palestras, painéis temáticos e a participação de especialistas convidados, que contribuíram com perspectivas sobre os desafios e os possíveis avanços da administração pública.
Para o secretário da Sempog, Márcio Gabriel,que também atuou como palestrante no evento, o seminário representou um momento estratégico de escuta técnica e mobilização das equipes municipais, além de uma oportunidade para refletir sobre soluções para os desafios atuais da capital. “Temos diversas demandas nas áreas de mobilidade, infraestrutura, e principalmente, limpeza e drenagem da cidade. Este é um momento de trabalhar a exequibilidade do Plano de Governo e dos projetos da nossa gestão”, afirmou o secretário.
Um dos momentos de destaque do seminário, foi a palestra do professor e supervisor técnico do projeto, Luis Fragomeni, da Fundação da Universidade Federal do Paraná, responsável pela apresentação do Plano de Ação Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de Porto Velho (PAEDS-PVH). O documento estabelece diretrizes, metas e propostas para nortear o crescimento sustentável do município até 2050, com foco no ordenamento territorial, inclusão social, preservação ambiental e fortalecimento das ações para a população.
O especialista destacou o potencial estratégico de Porto Velho, especialmente por sua grande extensão territorial. Ele enfatizou a importância de ações específicas voltadas às localidades mais distantes, como os distritos. “Planejar é reconhecer os territórios, suas vocações e os modos de vida amazônicos presentes na rotina do porto-velhense. Uma cidade inteligente precisa olhar para além do centro urbano, considerando todas as localidades e suas características”, afirmou Fragomeni.
De acordo com professor da Funpar, o PAEDS-PVH contempla cinco projetos estratégicos e uma visão de longo prazo para 2050, mas também prevê ações imediatas e de curto prazo para iniciar esse processo de desenvolvimento planejado.
Além disso, o painel Cidades Inteligentes na Amazônia, ministrado pelo Superintendente municipal de Tecnologia da Informação e Pesquisa, Cézar Marini, e o Superintendente municipal adjunto de Licitações, César Wanderley, destacou os desafios e as oportunidades de implementar soluções tecnológicas e sustentáveis adaptadas à realidade amazônica.
A mediadora do debate e subsecretária de Planejamento da Sempog, Larissa Ananda, reforçou a importância de pensar a inovação integradamente ao território. “Falar em cidades inteligentes na Amazônia é considerar a diversidade dos nossos territórios, respeitando os modos de vida, as distâncias e as especificidades ambientais. Não se trata apenas de tecnologia, mas de promover gestão pública eficiente, inclusão digital e serviços que alcancem toda a população, inclusive nas áreas mais afastadas”, afirmou.
O Executivo Municipal foi representado pela vice-prefeita Magna dos Anjos, que destacou o compromisso da gestão com o planejamento participativo. “Porto Velho avança quando há união entre as secretarias e um olhar estratégico para os próximos anos. Este seminário reforça a responsabilidade de cada um de nós com a qualidade dos serviços que entregamos à população”, declarou.
A presença de representantes de todas as secretarias municipais contribuiu para um ambiente de troca entre diferentes áreas da gestão. A secretária estadual de Planejamento (Sepog-RO), Beatriz Basílio, também participou do seminário, reforçando a importância da articulação entre município e estado na construção de políticas públicas mais efetivas.
Com o encerramento do evento, a equipe da Sempog inicia a sistematização dos encaminhamentos e propostas levantadas durante o seminário, que serão incorporadas às próximas fases da elaboração do PPA 2026–2029.
A previsão é de que, ao longo do ano, sejam realizadas novas fases participativas, com escuta ativa da população. Conforme orienta o Programa de Governo do Prefeito Léo Moraes, a construção do PPA deve considerar as demandas reais dos cidadãos, colhidas por meio de ferramentas digitais e encontros presenciais, como as audiências públicas previstas no cronograma da Prefeitura.