Porto Velho (RO) — Em entrevista concedida ao Giro News, o presidente da Associação dos Pecuaristas de Rondônia (APRON), Adélio Barofaldi, destacou os principais desafios e estratégias para o fortalecimento da pecuária no estado. A conversa, conduzida pelo jornalista André Henrico, abordou desde a regularização fundiária até a necessidade de infraestrutura adequada para o escoamento da produção.
Criada para representar os interesses específicos dos pecuaristas, a APRON atua nos segmentos de corte, leite e genética bovina, buscando melhorar a organização e a competitividade da cadeia produtiva. “A entidade surgiu para preencher uma lacuna na representação do setor pecuário em Rondônia”, explicou Barofaldi.
O dirigente ressaltou que o mercado agropecuário de Rondônia ultrapassou fronteiras nacionais e hoje disputa espaço em nível global. Com um rebanho de cerca de 18 milhões de cabeças, o estado precisa, segundo ele, de uma gestão eficiente para evitar perdas e garantir maior valor agregado aos produtos.
Entre os principais obstáculos, Barofaldi apontou a defasagem do zoneamento ambiental, não atualizado desde 2008, e a ausência de regularização fundiária, o que limita o acesso de pequenos produtores ao crédito e à formalização. “Sem documentação, o produtor não consegue investir nem crescer”, alertou.
Barofaldi também defendeu a valorização da carne bovina rondoniense, que possui o status de livre de febre aftosa sem vacinação. Segundo ele, é necessário avançar no diálogo com frigoríficos e mercados consumidores para garantir preços mais justos e reconhecimento da qualidade do produto local.
A entrevista também abordou a importância da industrialização por meio de pequenas indústrias e cooperativas. Barofaldi citou exemplos de sucesso em outros estados e reforçou que o cooperativismo pode ser um motor de distribuição de renda e desenvolvimento regional.
No campo da infraestrutura, o presidente da APRON criticou a falta de investimentos em obras essenciais como a duplicação da BR-364 e a privatização do Rio Madeira. “Logística é fator-chave para a competitividade do setor”, afirmou.
Para ampliar sua atuação, a APRON estabeleceu uma sede em Porto Velho e trabalha na nomeação de delegados municipais. A iniciativa visa fortalecer a representatividade dos pecuaristas e garantir que suas demandas cheguem aos espaços de decisão política.
“Nosso compromisso é com o produtor rural, especialmente o pequeno, que precisa de apoio técnico, político e institucional para prosperar”, concluiu Barofaldi.