Na última quinta-feira (15), o programa Em Cima da Hora, comandado pela jornalista Renata Camurça, trouxe uma discussão essencial e urgente sobre a violência contra a mulher. Os convidados da edição foram a professora Agna Souza e o coronel PM Estrela, responsável pelo comando da Patrulha Maria da Penha em Rondônia. Durante a entrevista, eles discutiram estratégias para enfrentar essa violência, compartilharam experiências e apresentaram dados reveladores sobre a realidade das mulheres no estado.
Logo no início da conversa, o coronel Estrela revelou um dado alarmante: Rondônia ocupa uma das posições mais críticas no ranking nacional de feminicídios, ficando atrás apenas de Roraima.
Por outro lado, ele também trouxe uma notícia positiva: em 2024, houve uma queda expressiva nos casos, reflexo da atuação integrada entre a Polícia Militar, a sociedade civil e os órgãos de justiça.
Um dos destaques da conversa foi o trabalho da Patrulha Maria da Penha, uma ferramenta essencial para garantir o cumprimento de medidas protetivas e oferecer suporte às mulheres em situação de risco. “Em 2023, realizamos cerca de 11 mil visitas a mulheres sob proteção da lei. Esse número mais que dobrou em comparação aos anos anteriores, demonstrando o avanço no combate à violência doméstica”, ressaltou o coronel.
Ao longo da entrevista, Renata enfatizou que muitas mulheres desconhecem os direitos garantidos pela Lei Maria da Penha, o que impede que busquem ajuda. “Infelizmente, o medo e a falta de informação ainda são grandes barreiras”, destacou. A professora Agna complementou: “Precisamos de mais ações educativas e políticas públicas que fortaleçam a autonomia feminina.”
Durante a conversa, a professora Agna reforçou a importância de denunciar a violência. Ela compartilhou sua trajetória pessoal e destacou como o empoderamento feminino pode ser um caminho eficaz para romper ciclos de abuso. “Desde pequenas, as meninas precisam entender que têm direito ao respeito e à dignidade. Isso começa dentro de casa, nas escolas e nas políticas públicas”, frisou.
Ela também ressaltou a necessidade de investimentos em políticas públicas que promovam a educação em direitos e valorização da mulher desde a infância.
Entre as ações debatidas na entrevista, o coronel Estrela mencionou a implementação de um aplicativo com botão do pânico, voltado para mulheres em situação de risco. “O objetivo é garantir uma resposta rápida e eficiente da polícia, sem que a vítima precise fazer uma ligação. Apenas um toque no aplicativo pode salvar vidas”, explicou.
Além disso, ele destacou a importância da articulação entre a Polícia Militar, o Ministério Público e o Judiciário para garantir que as medidas protetivas sejam respeitadas e eficazes.
Ao encerrar a entrevista, Renata Camurça fez questão de enfatizar o papel da imprensa na luta contra a violência de gênero. “A informação é uma das ferramentas mais eficazes para promover transformação social e garantir um futuro mais seguro para as mulheres em Rondônia”, afirmou.
A conversa no Em Cima da Hora foi mais do que uma entrevista: foi um chamado para ação. O combate à violência contra a mulher não deve ser apenas uma pauta no Agosto Lilás, mas uma preocupação diária de toda a sociedade. Somente por meio da educação, fiscalização, apoio institucional e conscientização será possível garantir que cada mulher tenha segurança, dignidade e o direito de viver sem medo.
Se você perdeu o programa ao vivo, a entrevista está disponível online. Assista na íntegra!