O termo “dix”, usado por adolescentes para designar perfis privados nas redes sociais, ganhou destaque após uma discussão entre influenciadoras viralizar no TikTok. A polêmica envolveu acusações de Duda Guerra, de 17 anos, contra Antonela Braga, de 16, por supostamente flertar com seu namorado através do “dix” dele.
Segundo especialistas, o “dix” representa, para a Geração Z, um espaço virtual restrito e pessoal, onde são compartilhados conteúdos mais autênticos, muitas vezes inacessíveis a familiares ou seguidores em geral. Trata-se de um ambiente de confiança, reservado apenas a pessoas próximas, como explicam a cyberpsicóloga Angelica Mari e o professor de marketing digital João Vitor Rodrigues.
Para Angelica Mari, esses perfis refletem a segmentação da identidade digital. Enquanto contas abertas costumam projetar uma imagem idealizada, os perfis privados permitem uma expressão mais real e íntima da personalidade do usuário.
A palavra “dix” deriva informalmente do verbo “deixar” (ou “dixar”, na linguagem oral jovem), indicando a ideia de publicar algo “em off” — ou seja, de maneira discreta e controlada.
Além do “dix”, outros termos como “daily” e “PVD” também são populares entre jovens. O “daily” é um perfil — muitas vezes também privado — voltado ao compartilhamento da rotina, como dicas de maquiagem ou relatos pessoais. Já o “PVD” (abreviação de “privado”) mistura aspectos do “dix” com o “daily”, mantendo o foco em um círculo restrito de confiança.
Esses perfis têm ganhado importância simbólica no convívio digital. Ter acesso a eles pode representar proximidade emocional e fazer parte de um ciclo social restrito. A tentativa de seguir um “dix” sem permissão pode ser interpretada como invasão de privacidade, gerando reações intensas, como observam os especialistas.