O programa Amazônia, Gente e Justiça, dedicado a debater temas fundamentais para o desenvolvimento social da região, recebeu a professora Dra. Joliza Chagas Fernandes Marinho, especialista em Ciência da Informação. Em uma conversa rica e esclarecedora, ela falou sobre o papel transformador da informação, os desafios da área na Amazônia e o lançamento de um novo mestrado pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
O que é a Ciência da Informação?
Segundo Joliza, a Ciência da Informação é uma área relativamente nova, surgida nos anos 1960, que estuda como a informação é produzida, organizada, compartilhada e utilizada. Em um mundo cada vez mais digital, onde a informação circula em alta velocidade, ela se torna um recurso estratégico — mas que só tem real valor quando bem tratada e acessível.
“Não basta ter acesso à informação. É preciso saber organizar, interpretar e aplicar esse conhecimento em benefício da sociedade”, afirmou a professora.
Informação como ferramenta de desenvolvimento
Na entrevista, Joliza destacou como a Ciência da Informação pode ser uma aliada poderosa para a Amazônia. Em Rondônia, por exemplo, a área ainda está em expansão, mas tem um grande potencial para apoiar setores como educação, saúde e segurança pública. A ausência de sistemas bem estruturados compromete o uso eficiente de dados e, muitas vezes, leva à perda de registros importantes.
Ela citou como exemplo o acervo do projeto Planafloro, que reúne informações valiosas sobre o desenvolvimento do estado, mas atualmente está inacessível ao público. “Esse material precisa ser recuperado e disponibilizado. É memória, é história, é identidade”, pontuou.
Novo mestrado na UNIR: capacitando para o futuro
Uma das novidades trazidas pela professora foi o lançamento do mestrado em Ciência da Informação da UNIR, sob sua coordenação. Com 30 vagas disponíveis, o programa chega para suprir uma demanda importante de formação na região. O objetivo é capacitar profissionais capazes de atuar com competência na gestão da informação em diferentes contextos.
“Queremos formar especialistas que entendam o valor do conhecimento para transformar realidades. A Amazônia precisa — e merece — esse olhar técnico e cuidadoso sobre suas informações”, destacou.
Desafios e esperanças
Joliza também reconheceu os desafios da área, especialmente em uma região tão diversa e extensa como a Amazônia. Mas ressaltou que há muitas oportunidades: acervos históricos, saberes tradicionais, dados ambientais e sociais que precisam ser preservados, organizados e compartilhados.
A entrevista foi encerrada com uma mensagem de otimismo e compromisso. Para a professora, investir em informação é investir em justiça, em educação, em cidadania. “A informação bem tratada é a base para qualquer transformação que a gente deseje para nossa terra”, concluiu.