O Dia do Ferroviário é comemorado neste 30 de abril, e tem um marco especial para quem ajudou a construir a memória de um povo. A data celebra a inauguração da Estrada de Ferro Petrópolis, também conhecida como Estrada de Ferro Mauá, primeira linha de ferro brasileira, em 1854.

A história de Porto Velho com a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é profunda. Milhares de trabalhadores de diversas nacionalidades chegaram nesta região da Amazônia e ajudaram, através de muito suor, a construir a lendária ferrovia que deu origem ao município de Porto Velho e à criação de outros municípios na região dos rios Madeira e também Mamoré.
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi a 15ª ferrovia a ser construída no país, executada entre 1907 e 1912. Por seu legado e história, nesta data, a Prefeitura de Porto Velho homenageia três ferroviários que se dedicam diariamente pela preservação da memória e do patrimônio da ferrovia.
Antônio Moisés, Paulo da Costa e Lord Jesus Brown são histórias vivas e que se dedicam diariamente para manter a preservação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Os três trabalham diariamente no Complexo Madeira-Mamoré, e, além disso, representam uma pequena parte dos ferroviários que foram e são essenciais na continuação dessa história.

O ferroviário Paulo da Costa começou a trabalhar na EFM-M aos 12 anos, no chamado “trem de lastro”, anos depois a paixão pela ferrovia continua a mesma. “Isso aqui é minha vida. Tenho um amor muito grande pela Madeira-Mamoré. Antes de partir dessa para melhor, meu sonho é ver o trem funcionando de novo,e seria minha maior alegria”, disse Paulo da Costa.
Filho de ferroviário, Lord Jesus Brown, contou que trabalha no complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré desde a década de 70. “Meu pai chegou aqui para trabalhar na construção da ferrovia. Eu tenho muito orgulho dessa trajetória da minha família aqui na Amazônia. Eu luto e sempre vou lutar pela preservação da ferrovia. Essa é uma história muito linda e nós, ferroviários, temos que lutar até o fim”, concluiu.
No galpão da antiga oficina, além dos trens ficam guardadas com muito carinho a kalamazu, cegonha, a litorina e também outros veículos centenários utilizados na época de ouro da ferrovia. O ferroviário Antônio Moisés afirma que todos esses equipamentos fazem parte da trajetória da ferrovia. “Neste ano tivemos a grata surpresa de ver a Litorina voltar a andar, através da iniciativa do prefeito Léo Moraes. Ficamos felizes porque todo final de semana estamos aqui transportando cerca de 300 a 400 pessoas aos sábados e domingos, para sentirem a emoção de andar por esses trilhos”, relatou o ferroviário.

Desde do início da gestão de Léo Moraes, a prefeitura tem olhado com atenção para a preservação da EFMM, como por exemplo, o retorno do passeio da litorina, a liberação de entrada gratuita ao Museu da Ferrovia e ainda mais recente com o anúncio de estudos técnicos, com representantes da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), com o objetivo de realizar estudos de viabilidade técnica visando a restauração e reativação da Locomotiva 18.
Segundo o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, os pioneiros da cidade merecem respeito e reconhecimento pelo trabalho que fizeram e ainda continuam fazendo pela EFM-M. “Hoje é uma data tão significativa para a cidade de Porto Velho pela trajetória dos nossos ferroviários. Eu tenho respeito e admiração pelas milhares de histórias de homens e mulheres que ajudaram a construir a nossa ferrovia. Aos ferroviários eu deixo a minha homenagem e dizer que vamos fazer muito mais e nossa ferrovia, se Deus quiser, vai voltar a apitar de novo”, finaliza o prefeito.