Na última semana, uma bezerra com duas cabeças e quatro patas nasceu morta em uma fazenda localizada na linha 74 Sul, zona rural de S. M. do Guaporé (RO). O caso chamou a atenção do veterinário e pecuarista L. T., responsável pelo acompanhamento do parto.
Segundo L. T., a anomalia foi percebida ainda na palpação da vaca, quando foi notada a ausência de movimentos do feto e uma posição fora do padrão, configurando distócia — parto difícil. “O comum é que a cabeça venha entre as patas. Neste caso, as patas vinham primeiro”, explicou.
Apesar da deformidade, o parto foi conduzido de forma natural, sem necessidade de cesariana, uma vez que havia espaço suficiente para a passagem do animal. O procedimento exigiu esforço da vaca e da equipe, mas a matriz se recupera bem e está sendo tratada com medicamentos para dor e prevenção de infecções.
Durante o nascimento, foi observado que a bezerra tinha um rabo bifurcado e mamilos malformados, embora a genitália fosse normal. L. T. destacou que casos como esse são raros e resultam de falhas na divisão embrionária — o mesmo processo que pode gerar gêmeos idênticos. Ele acredita que a má formação possa ter origem genética, possivelmente relacionada à consanguinidade, apesar de ser incomum.
O veterinário alertou que mesmo em rebanhos submetidos à inseminação artificial com sêmen selecionado, ainda há riscos de cruzamentos entre animais com ancestrais comuns. Ele também ressaltou que partos difíceis podem ocorrer por fatores como o porte do bezerro, o tamanho da vaca ou a nutrição inadequada no final da gestação.
“É essencial acompanhar de perto cada parto. A distócia pode levar à perda do bezerro e da vaca se não for tratada rapidamente”, concluiu, reforçando a necessidade de assistência profissional diante de qualquer sinal de complicação.