Na manhã desta terça-feira, 15 de abril de 2025, trabalhadores da saúde de diversas categorias se reuniram em frente ao Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, para protestar contra o processo de terceirização dos serviços de saúde em curso no estado de Rondônia. A mobilização também denuncia a possibilidade de terceirização nas unidades da AMI e do Hospital de Retaguarda.
O ato, que reuniu servidores efetivos e celetistas, teve como objetivo alertar a população sobre os riscos que a medida pode trazer à qualidade do atendimento e às condições de trabalho dos profissionais da saúde pública.
Segundo o presidente do Sindicato Médico de Rondônia (SIMERO), Dr. Luis Eduardo Maiorquin, a proposta do governo estadual representa um erro grave e pode comprometer o funcionamento das unidades de urgência e emergência. “Estamos aqui para esclarecer à população que esse processo é ruim. Trata-se de uma terceirização integral das unidades, o que não é o que a população merece. O problema do João Paulo não está no servidor público, está na estrutura física defasada e na falta de capacidade instalada para o volume de atendimentos que recebemos diariamente”, afirmou.
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO), Josué da Silva Sicsú, também criticou a medida e destacou que os trabalhadores já enfrentam há anos condições precárias. “Estamos aqui contra essa privatização imposta pelo governo. O João Paulo II funciona há décadas com a mesma estrutura. Muitos servidores dedicaram toda a vida a este hospital, sem nunca verem melhorias. Precisamos de valorização e condições dignas para trabalhar”, declarou.
A enfermeira Mara Bastos, que atua há mais de 20 anos no João Paulo II, reforçou a insatisfação da categoria e lembrou que experiências em outros estados demonstram que a terceirização da saúde pública frequentemente resulta na precarização dos serviços. “É cientificamente comprovado que isso não dá certo. Já fomos considerados o pior Pronto-Socorro do Brasil. Isso nunca foi culpa dos profissionais, e sim da estrutura ultrapassada. O que precisamos é de investimento, não de terceirização.”
A manifestação seguiu de forma pacífica e contou com o apoio de diversas entidades representativas da saúde. Os profissionais pedem que o governo do Estado reveja sua decisão e abra diálogo com as categorias para buscar soluções efetivas que não comprometam a saúde pública de Rondônia.