O preço do cacau subiu cerca de 180% nos últimos dois anos, encarecendo a produção de chocolates e influenciando os preços da Páscoa. A alta se deve principalmente à quebra de safra nos grandes produtores africanos, como Costa do Marfim e Gana, afetados por ondas de calor e seca.
No Brasil, há previsão de crescimento na produção após anos de queda, com Bahia e Pará concentrando mais de 90% do cultivo. Além disso, investimentos em novas regiões, como o cerrado baiano, podem fortalecer o setor. Apesar disso, a volatilidade no mercado e os altos custos ainda preocupam fabricantes e consumidores.
Menos ovos, mais variedade
A produção de ovos de Páscoa deve cair 20% em comparação com o ano passado. Mesmo assim, o setor prevê a contratação de mais de 9,6 mil trabalhadores temporários, 26% a mais do que em 2024. Os preços dos chocolates subiram em média 14%, e as colombas pascais, 5%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Para contornar o aumento de custos, as marcas apostam em produtos menores e mais acessíveis. Pequenos produtores, como a chef Dayane Cristin, têm buscado estratégias para equilibrar os gastos. Vendendo trufas no transporte público, ela precisou aumentar o preço das unidades de R$ 3 para R$ 4 e só definiu sua tabela de Páscoa na última semana, aguardando mais estabilidade nos preços dos insumos.
Tecnologia e cooperação internacional
O setor investe em novas tecnologias para otimizar a produção e melhorar a qualidade do cacau. Além disso, acordos internacionais buscam equilibrar a distribuição de renda na cadeia produtiva. Apesar dos desafios, a expectativa é de avanços no cultivo e no processamento do cacau nos próximos anos, beneficiando produtores e consumidores.