A forte chuva que atingiu Porto Velho neste sábado (8) trouxe um volume de precipitação equivalente ao esperado para uma semana inteira do mês de fevereiro. Em apenas 24 horas, a cidade acumulou 75 milímetros de chuva, causando alagamentos em diversas regiões, principalmente nas margens dos igarapés e em vias de grande circulação, como as avenidas Governador Jorge Teixeira de Oliveira, Calama e Pinheiro Machado, além de trechos da zona leste e áreas centrais.
Chuva atípica e impactos na drenagem
O secretário municipal de Saneamento e Serviços Básicos (Semusb), Giovanni Marini, destacou que a intensidade da chuva superou as previsões e dificultou o escoamento da água.
“Foi uma precipitação muito concentrada, o que gerou vários pontos de alagamento. Essa quantidade de chuva em um curto período comprometeu a drenagem da cidade, dificultando o escoamento da água”, explicou Marini.
Segundo ele, o acumulado pluviométrico registrado já representa 24% do volume total previsto para fevereiro, um fator que acende o alerta para novas ocorrências de alagamentos caso as chuvas continuem nesse ritmo.

Para reduzir os impactos das enchentes, a Semusb segue executando o programa “Cidade Limpa”, que visa a desobstrução de bocas de lobo e limpeza das macrodrenagens. Além disso, está prevista uma reunião emergencial entre a Semusb e a Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (Semob) para alinhar estratégias que minimizem os transtornos causados pelo excesso de chuva.
“Vamos reforçar a limpeza de canais e intensificar ações emergenciais para evitar que o cenário se agrave nos próximos dias”, destacou Marini.
Além disso, equipes foram acionadas para atuar na remoção de árvores caídas em diferentes pontos da cidade. Segundo o secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Vinicius Miguel, além de garantir a mobilidade e segurança da população, os resíduos das árvores retiradas serão reaproveitados em projetos ambientais, sendo transformados em adubo.
Drenagem urbana e desafios estruturais
O problema de alagamentos em Porto Velho é recorrente, principalmente pela precariedade dos sistemas de drenagem urbana. Para enfrentar essa questão, a prefeitura publicou o Decreto nº 20.771, de 31 de janeiro de 2025, que cria um grupo de trabalho para avaliar e propor soluções para as travessias da microbacia do Tancredo Neves, uma das áreas mais afetadas por inundações na cidade.
O grupo será responsável por avaliar a infraestrutura existente, analisar a topografia e desenvolver projetos para redimensionar as estruturas de drenagem, com o objetivo de reduzir os danos causados pelas chuvas.
Colaboração da população e orientações de segurança
As autoridades reforçam que a colaboração da população é essencial para a prevenção de alagamentos. O descarte incorreto de lixo e entulho nas ruas pode obstruir os sistemas de drenagem, agravando ainda mais a situação.
A Defesa Civil alerta para os riscos de transitar em áreas alagadas e reforça que, em caso de emergências, os moradores devem acionar os canais oficiais:
? Defesa Civil Municipal – telefone 199 ou (69) 98473-2112.
“A conscientização sobre o descarte correto de resíduos e o cuidado com os bueiros são fundamentais para minimizar os impactos das chuvas. Pequenas atitudes fazem grande diferença na prevenção de alagamentos”, ressaltou Marini.
As equipes da Semusb e da Defesa Civil seguem monitorando a cidade e atuando para mitigar os danos, enquanto a população deve se manter alerta e adotar medidas de precaução, principalmente em áreas de risco.