“Luzes de terreno e ondas sonoras” foram os fenômenos provocados pelo terremoto que atingiu o município de Tarauacá, no Acre, no dia 20 de janeiro deste ano. O episódio é raríssimo e posicionou o Brasil como o primeiro país a registrar esse fenômeno. O tremor que impactou a cidade acreana teve seu epicentro a uma profundidade de 607 quilômetros.
A descoberta foi possível após um estudo elaborado por pesquisadores do setor de Divisão de Ciências Planetárias e Aeronomia, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os pesquisadores Alexandre Pimenta, Esfhan Kherani e Oluwasegun Adebayo publicaram sua pesquisa no site da European Geosciences Union (União Europeia de Geociências) em setembro deste ano. A conclusão do estudo sugere que “a energia sísmica de um terremoto vem do interior da Terra; uma porção dessa energia segue para a atmosfera, provocando uma oscilação e perturbando as densidades de íons e elétrons no plasma ionosférico (uma região da atmosfera com grande quantidade de elétrons livres). Esse impacto gera flashes que podem ser vistos a olho nu. Cientificamente, o fenômeno é chamado de Distúrbios Cossísmicos Ionosféricos”, explicaram os pesquisadores.
No Brasil, esse registro é raro e colocou o país na vanguarda dos estudos sobre o fenômeno. Os cientistas acreditam que outro terremoto, ocorrido no dia 2 de outubro, também em Tarauacá, pode ter repetido o fenômeno. Texto escrito com auxílio de informações do site AC-24horas.