À distância, camuflado nas águas esverdeadas do Rio Madeira, o tamanho do jacaré-açu impressiona. Este é o maior réptil de água doce da Amazônia e exclusivo da América do Sul. Com a seca do Rio Madeira, ele vem sendo avistado com mais frequência.
Em uma gravação amadora, é possível ver o jacaré bem de perto, próximo à cidade de Porto Velho, capital de Rondônia. Avistado por canoeiros, o animal parece não se importar com a aproximação, indicando certa familiaridade com a presença humana. O barco chega a quase encostar no réptil. “Cuidado para ele não dar uma ‘lapada’ em nós aqui,” alerta um dos pescadores. “Vamos filmar um jacaré pré-histórico no Rio Madeira,” diz outro homem.
A pesquisa da bióloga Sandra Marcela Hernández Rangel, apresentada em 2015 como dissertação de mestrado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), abordou o jacaré-açu, conhecido cientificamente como Melanosuchus niger. “No Brasil, é popularmente chamado de jacaré-açu, palavra que vem do tupi-guarani e significa ‘grande jacaré’. É considerado o maior predador da bacia amazônica,” pontua o estudo.
Segundo a pesquisa, os machos adultos chegam a até quatro metros, com registros de exemplares de até seis metros. Já as fêmeas adultas podem atingir até 2,8 metros. Em fevereiro de 2010, um triste incidente ocorreu em Guajará-Mirim, quando um jacaré-açu atacou uma menina de 12 anos que nadava em um lago próximo ao Rio Mamoré.