A visita da cúpula do governo federal, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início desta semana em Manaus, Amazonas, escancarou o problema da seca dos rios da Amazônia, da estiagem severa e dos incêndios e queimadas na Região Norte, Pantanal e São Paulo. Ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), o presidente afirmou que não acreditava que os incêndios que atingiam diversas cidades no Brasil ocorressem por fatores naturais. Na COP26, Lula se comprometeu a zerar o desmatamento em território nacional. “Estamos numa guerra para que o Planeta não tenha o aquecimento acima de 1,5 graus”, explicou.
Para o chefe do executivo, está explícito que os incêndios têm por trás autores intelectuais. Sem mencionar nomes, a Polícia Federal (PF) já apura diversas denúncias envolvendo latifundiários e políticos como mandantes. “Na segunda, São Paulo foi pontuada como a cidade com o pior ar do mundo. Pensávamos que os incêndios aconteciam apenas no Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica, na Amazônia. Não! Pegou fogo em 45 cidades no mesmo dia em São Paulo? Esse fogo é criminoso. É gente que está colocando fogo para destruir esse país”, afirmou Lula, que destacou a situação no Pantanal, onde as áreas incendiadas pertencem à iniciativa privada.
“85% das propriedades atingidas eram privadas. Não eram terras públicas. Precisamos ter consciência e punir quem faz queimadas. É proibido fazer queimadas na época errada. O pequeno produtor faz uma queimada para abrir um roçado, mas isso pode sair do controle e destruir coisas que ele nem imagina”, pontuou.
O discurso enfático do presidente aconteceu ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima. O estado, governado por ele, está alinhado com o Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre, onde os crimes ambientais contra a Amazônia são frequentes, especialmente no sul do Amazonas, uma das regiões mais afetadas pelo desmatamento e incêndios nesta época do ano.