Há 42 anos, um político astuto que marcou a história do Brasil, Leonel Brizola, descobriu no índio Mário Juruna um personagem folclórico que poderia ajudar seu recém-criado PDT a se tornar ainda mais conhecido como o partido que abrigava todas as correntes de representação da sociedade brasileira. Brizola conheceu Juruna porque ele já era uma figura midiática, caminhando pelos gabinetes com um gravador pendurado no pescoço para registrar as promessas de autoridades e políticos que, claro, jamais seriam cumpridas. A mídia imediatamente se encantou com esse personagem exótico, que desafiava os governos militares ao participar de eventos internacionais sem o aval dos poderosos da época. Ele se tornou o primeiro indígena brasileiro a se eleger deputado federal. No entanto, Juruna teve apenas um mandato, pois, apesar de tentar várias vezes, nunca mais conseguiu se eleger a nenhum cargo. Morreu pobre na periferia de Brasília, vítima de diabetes, antes de completar 60 anos.
Agora, uma história semelhante ocorre em Rondônia, também com um indígena, mas que na verdade tem pouco em comum com Juruna, além da raiz indígena. Almir Suruí é uma pessoa de inteligência acima da média, adorado pelas ONGs internacionais porque fala a linguagem delas, inclusive em um inglês quase perfeito. Quando ainda jovem, como cacique iniciando sua carreira no comando da tribo Suruí, exigia das autoridades a implantação de “escolas de brancos” em vez de ensino indígena, pois desejava que seu povo fosse diferenciado. Suruí tem vários prêmios internacionais, criou um sistema de plantação e venda de café que faz sucesso no mercado nacional e internacional, vive na cidade e comanda seu povo praticamente à distância.
Agora, Almir Suruí é a grande surpresa na disputa pela Prefeitura de sua cidade, Cacoal. Convidado pelo presidente regional do PDT, Acir Gurgacz, ele aceitou o desafio. Já tentou outras disputas, como uma vaga na Câmara Federal, mas não chegou perto de conseguir. Almir Suruí é um personagem internacional, mas na sua terra, fora do pequeno mundo que comanda, não tem destaque comparável ao seu prestígio perante ONGs e entidades ligadas às questões ambientais mundo afora. No lançamento de sua candidatura, durante convenção do PDT, com a presença de Gurgacz e outros nomes de peso do partido, o líder indígena fez um discurso sobre as mudanças que pretende implementar e a busca pelo desenvolvimento de Cacoal. Almir já foi aconselhado várias vezes a estabelecer um endereço no Rio de Janeiro ou em São Paulo, onde o eleitorado adora personagens como ele. Nunca quis sair daqui. É um brasileiro, indígena, criativo, empreendedor e diferente. Será que os cacoalenses o escolherão como seu Prefeito? Vamos ver o que as urnas dirão!
OS SETE CANDIDATOS À PREFEITURA SE PREPARAM PARA A CAMPANHA QUE COMEÇA DIA 16 E O HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO NO DIA 26
No pacote de candidaturas que disputam a Prefeitura de Porto Velho, a corrida agora é para regularizar a situação perante a Justiça Eleitoral, entregar as atas das convenções e começar a preparar as mídias para a campanha, que começa na próxima sexta-feira, dia 16, e o Horário Eleitoral Gratuito, que inicia no dia 26 deste mês. Os marqueteiros já estão contratados e trabalhando duro para colocar no ar os recados dos seus contratantes. Alguns deles são locais, outros vieram de outros estados. Não há informações oficiais sobre valores, mas nos bastidores fala-se que o menor contrato está na faixa de 1 milhão de reais, enquanto o maior chega a 4 milhões de reais. A candidata Mariana Carvalho terá muito mais espaço do que todos os demais candidatos, e isso será mais uma das vantagens de quem tem uma aliança com 12 partidos. Mas que não subestimem os demais candidatos. Léo Moraes tem um discurso preparado e já conhecido por grande parte do eleitorado. Euma Tourinho chega como grande novidade, com o aval do MDB, ainda o maior partido político do estado. Célio Lopes reúne em seu entorno os pedetistas e petistas, além de ter a organização da sua campanha nas mãos do experiente Roberto Sobrinho. Os outros três (o professor e ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Benedito Alves; Ricardo Frota, do Partido Novo, e Samuel Costa, da Rede e do PSOL) continuam batalhando, realizando reuniões e apresentando suas propostas. Terão boas chances durante os debates e no horário eleitoral.
A RAINHA DAS ONGS PASSOU O SÁBADO NA CAPITAL, FAZENDO PALESTRA E APOIANDO A CANDIDATURA DE SAMUEL COSTA À PREFEITURA
Quem esteve em Porto Velho neste sábado foi a ministra e conhecida “Rainha das ONGs”, Marina Silva. Ela veio para participar de eventos políticos em apoio ao candidato do seu partido, a Rede, Samuel Costa, mas também concedeu entrevistas e participou de reuniões com pequenos grupos. Marina esteve presente na palestra “Política Sustentabilista”, organizada pela Fundação Rede Brasil Sustentável. Além de ministra, Marina é fundadora da Rede Sustentabilidade, partido conhecido por sua defesa do meio ambiente. O evento principal aconteceu no Golden Plaza Hotel, voltado para as eleições municipais deste ano, “oferecendo uma plataforma para discutir os desafios que os futuros prefeitos e vereadores enfrentarão em suas administrações”. O objetivo do evento é promover a construção de uma agenda municipal sustentabilista, que integre a sustentabilidade como eixo central das políticas públicas locais”, informou Samuel Costa. A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas também soube mais detalhes sobre a crise hídrica na região, as queimadas recordes e outros problemas ambientais. Não esteve muito no meio do povo, pois em Rondônia ela é uma espécie de personagem non grata desde o governo de Ivo Cassol, que chegou a proibir sua vinda ao estado, pelo menos simbolicamente. Samuel Costa acredita que a presença de Marina pode ajudar a alavancar sua campanha. Será mesmo que vai?
COM A CASSAÇÃO DE RAFAEL FERA, RESTAM DUAS MULHERES COM CHANCES REAIS DE COMANDAR A PREFEITURA DE ARIQUEMES
Muda tudo na eleição de Ariquemes, a menos que um dos principais candidatos, o ex-vereador Rafael Fera, ainda consiga reverter a decisão do Tribunal de Justiça de Rondônia que manteve sua cassação, decidida pela Câmara de Vereadores de sua cidade, tornando-o inelegível por oito anos. Fera, que veio da mídia, conhecido pela voracidade com que ataca adversários, foi cassado por ter ultrapassado, segundo seus pares, todos os limites de atuação de um nobre edil. Ele havia recorrido da decisão, que foi inicialmente suspensa. Na semana passada, contudo, a Câmara Especial do Tribunal de Justiça de Rondônia manteve a cassação. O relator do processo, que teve o aval dos demais membros da Câmara Especial, foi o desembargador Daniel Ribeiro Lagos, que negou os efeitos suspensivos da cassação. Basicamente, a decisão se baseou no fato de que a decisão da Câmara Municipal é soberana nesse episódio e, segundo o relator, só cabe intervenção do Poder Judiciário “tão somente quando restar demonstrada manifesta ilegalidade, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes. Em síntese, os elementos apresentados não permitem reconhecer, de pronto, indícios de ilegalidade que possam macular a decisão agravada”. Votaram com o relator os desembargadores Glodner Luiz Pauletto e o juiz convocado Adolfo Theodoro Naujorks Neto. Com isso, restam, com maiores possibilidades reais, apenas duas candidaturas femininas: a da atual prefeita Carla Redano, com apoio de vários partidos e com uma administração elogiada, e a da professora Agna Souza, do MDB, aliada também ao grupo político do ex-senador Ernandes Amorim.
HEURO: OBRA ESTÁ PARADA E VAI ACABAR NAS MÃOS DA JUSTIÇA PARA O ROMPIMENTO DO CONTRATO E NOVO LEILÃO
O que é algo icônico? É o que se destaca, se distingue. Algo admirável. Poderíamos dizer que são sonhos fora do comum quando os objetivos são imensos. Podemos chamar de icônicos dois sonhos dos porto-velhenses, um de amplitude estadual, outro local. O primeiro é o Heuro, o Hospital de Urgência e Emergência, cujas obras iniciaram há quase dois anos e que, até agora, não saíram de uma base para receber paredes que já deveriam existir. O outro é ainda projeto, mas também tão importante quanto o Heuro: o Hospital de Pronto Socorro, projetado pela Prefeitura Municipal de Porto Velho. Há diferenças vitais entre os dois. No primeiro, contratado pelo Estado, não foi gasto até agora nem um centavo de dinheiro público, porque a obra seria erguida pelo sistema Built to Serve, ou seja, depois de concluída, seria alugada à administração estadual por 30 anos, quando então passaria a ser propriedade de todos os rondonienses. A empresa vencedora do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo começou o trabalho, que andou a passos de cágado, e agora está sendo encaminhada à Justiça para rompimento do contrato e nova tentativa. Uma pena, porque se perderam dois anos. Mas o Heuro vai sair, garantem o governador Marcos Rocha e seu secretário de Saúde, o Coronel Jeferson Rocha.
PRONTO SOCORRO MUNICIPAL JÁ TEM ÁREA E 40 MILHÕES DE REAIS PARA COMEÇAR A OBRA. ATÉ AGORA, SÓ HÁ O PROJETO
Já o Pronto Socorro Municipal ainda está na fase de projeto. Porto Velho se mantém como a única capital de todo o país sem esse serviço municipal. Recebeu 20 milhões de reais em emendas, vindas do mandato da então deputada Mariana Carvalho, e receberá outros 20 milhões do atual deputado, Maurício Carvalho, a serem incluídos no orçamento do ano que vem. A obra está prevista para a área ao lado da Maternidade Municipal, mas não há ainda maiores detalhes. O prefeito Hildon Chaves fala pouco sobre o tema, embora ele seja importante para seu governo, pois certamente não terá tempo hábil para iniciar o Pronto Socorro. Mas a perspectiva é que ele seja mesmo construído, na medida em que houverem recursos. A capital ficaria com dois novos hospitais públicos de emergência. Hoje, só tem o superado João Paulo II. A construção do PS, obviamente, está nos planos da candidata Mariana Carvalho. Os demais concorrentes à Prefeitura, de uma forma ou de outra, buscando recursos federais e estaduais, além de orçamento próprio, certamente vão querer entrar para a história, investindo numa obra deste porte, vital para o sistema de saúde pública da maior cidade do estado.
MAIS DE 50 ACIDENTES AÉREOS NO PAÍS NESTE ANO. O DE SEXTA-FEIRA MATOU TODOS OS SEUS 61 PASSAGEIROS
Há 17 anos, um Boeing da TAM (hoje Latam) ultrapassou a pista curta do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, chocou-se contra um prédio, explodiu e matou 199 pessoas. Foi num dia chuvoso, no inverno de julho daquele ano. Um momento de enorme tristeza para os brasileiros e de dor jamais esquecida de tantas famílias que perderam seus entes queridos de uma hora para outra. Nesta sexta-feira, o país entrou outra vez em choque, com uma nova tragédia aérea, desta vez num voo regional. Agora, outras 61 mortes, quando a aeronave da empresa regional VoePass começou a cair, fazendo piruetas no ar, até se espatifar no solo. Ninguém sobreviveu à queda. Todas as vítimas embarcaram em Cascavel, no Paraná, cidade de onde são oriundos muitos rondonienses, e voavam para o aeroporto internacional de Guarulhos. Na altura da cidade de Vinhedo, já em São Paulo, os pilotos perderam o controle da aeronave e, segundo mostra um vídeo feito na hora e divulgado nas redes sociais, o avião começou a rodopiar, até se espatifar no solo. Autoridades da Aeronáutica, com apoio da Polícia Federal, estão investigando as causas do acidente fatal. Só neste ano, foram registrados mais de 50 acidentes no Brasil inteiro, a grande maioria com aviões de pequeno porte.
DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE, COP 30 NO PARÁ E INTEGRAÇÃO DAS POLÍCIAS NAS PAUTAS DOS GOVERNADORES DA AMAZÔNIA
Governadores de cinco estados estiveram em Porto Velho nesta sexta-feira. Recepcionados pelo anfitrião, o rondoniense Marcos Rocha, eles discutiram questões comuns da região, ligadas ao desenvolvimento, ao meio ambiente, à segurança pública e outros temas de interesse comum. Participaram do 28º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, realizado desta vez em nossa capital, os governadores visitantes Carlos Brandão, do Maranhão; Mauro Mendes, do Mato Grosso; Gladson Cameli, do Acre; Wanderlei Castro, do Tocantins; e Antonio Denarium, de Roraima. O grupo, por meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, começa a fazer gestões junto ao governo federal, órgãos ligados à Organização das Nações Unidas e representações de blocos econômicos mundiais, para ter mais voz durante a COP 30, a maior conferência climática mundial que acontecerá no Pará, no ano que vem. O objetivo é mostrar todos os lados da Amazônia, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e avanços de infraestrutura, além de melhores condições sociais, ampliando a visão internacional da região. A integração das polícias da Amazônia Legal, no combate ao crime organizado, foi outro dos temas mais importantes discutidos no encontro dos seis governadores.
PLANTA MÁGICA QUE CHEGA A RONDÔNIA, NA BAHIA VAI PRODUZIR COMBUSTÍVEL VERDE PARA ABASTECER 1 MILHÃO DE VEÍCULOS/ANO
“Acredito piamente que, no futuro, a macaúba pode se tornar uma outra soja para o Brasil. Quando tivermos pleno domínio de todos os aspectos de produção, de sanidade e segurança para quem vai investir e produzir, ela pode se tornar talvez tão importante quanto a soja”, afirma Maurício Antônio Lopes, ex-presidente da Embrapa. Lopes integra a equipe de pesquisa do projeto de cooperação técnica com a Acelen para viabilizar o cultivo da palmeira em larga escala. A macaúba, que inclusive serve para recuperar áreas degradadas, além de significar um avanço econômico inigualável, está chegando a Rondônia, através de um grande projeto liderado pelo empresário Maurício Conti, diretor da Anayaco Amazon Palms. “O mundo não tem óleo para prover a quem quer consumir óleo, alimento, e ainda para quem precisará de óleo para descarbonizar setores, como a química e a energia”, destaca o especialista. Para se ter ideia da grandeza do projeto baiano, que pode ser estendido a outras regiões, como Rondônia, em 2026, quando iniciar a produção, a biorrefinaria produzirá o equivalente a 20 mil barris por dia de diesel verde, o suficiente para movimentar uma frota de mais de um milhão de veículos por ano. Muitos especialistas do setor garantem que a domesticação da macaúba não é um projeto de uma empresa, ou nem mesmo de um país, mas um projeto para o mundo.
PERGUNTINHA
Qual sua opinião sobre atletas que se dizem trans ou que têm muito mais hormônios masculinos, ou seja, homens por natureza, mas que podem disputar confrontos contra mulheres com hormônios femininos, como o caso da lutadora que tem útero, mas muito mais hormônios masculinos (a argelina Imane Khelif), que na Olimpíada de Paris quebrou o nariz da italiana Angela Carina, com apenas um potente e destruidor soco?