Para os cientistas, 2023 está sendo apontado como o auge do aquecimento extremo na Amazônia brasileira. O termômetro para a resposta vem sendo medido pela calefação da temperatura da água que tem esquentado “sem precedentes nas últimas décadas”.
Com base em uma pesquisa do Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), cientistas analisaram a temperatura de 25 lagos na Amazônia brasileira. Mesmo com base em dados preliminares, eles têm quase 100% de certeza de que as mudanças climáticas pelo aquecimento global estão por trás das alterações e do aquecimento dos lagos.
O estudo “Secas e Enchentes na Amazônia” integra um evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na sua 76ª Reunião, este ano o estudo foi apresentado na Universidade Federal do Pará (UFPA). A pesquisa envolve a medição da temperatura dos lagos, um estudo que acontece há 34 anos.
No estudo, os pesquisadores apontaram dados preocupantes para a existência das espécies, inclusive para as populações ribeirinhas que dependem do bioma para a sua sobrevivência. Para o pesquisador e coordenador do grupo de estudo, Ayan Fleischmann, “todos os lados tiveram aumento da temperatura”.
Ainda segundo a pesquisa, o auge do aumento da temperatura da água mostrou seu potencial na forte estiagem de 2023. Para isso, eles analisaram a temperatura do lago de Tefé. Nessa medição, o que mais chocou foi ver que a temperatura da água “ultrapassou picos entre 40ºC e 41ºC a dois metros de profundidade”.
Foi o suficiente para responder pela morte de mais de 209 botos-cor-de-rosa e tucuxi. Texto com informações da Agência Fapesp: Revista Pesquisa Fapesp.