O encontro de conselheiros da Universidade Federal de Rondônia (Unir), realizado na tarde de terça-feira (21), com o intuito de discutir a proposta de cancelamento do ano letivo de 2024, não terminou como a maioria esperava. Quase por unanimidade, os conselheiros votaram pela manutenção do ano letivo. Com isso, a tese de suspensão foi abandonada. Um ponto intrigante ocorreu devido à falta de informação acerca da greve, que afeta até os próprios docentes.
A preocupação de muitos professores reflete nos discentes, com um cenário de paralisação que quase ninguém entende. Muitos professores não aderiram à greve, forçando os alunos a estarem em sala de aula, alguns apenas uma vez por semana. “O relatório é bem claro na especificação. Quem ministrou as aulas até este momento não perde e nem perderá as aulas que foram ministradas”, defendeu o conselheiro Ariel Adorno.
Adorno ainda pediu a compreensão dos colegas para que refletissem sobre a proposta com carinho. Ele destacou que a paralisação nacional não reivindica somente o aumento salarial, mas também melhorias nos campi. “Ela tenta minimamente atender às reivindicações que estamos buscando para a nossa universidade”.
Docentes contrários à exclusão do ano letivo também pontuaram a insatisfação com seus campi, detectando pontos negativos com as paralisações. A diretora do campus da Unir de Ariquemes, Márcia Ângela, destacou a evasão dos estudantes, o que, segundo ela, põe a Universidade Federal de Rondônia em alerta. Sem discentes, o Ministério da Educação (MEC) pode decidir pelo fechamento do curso. E sem cursos, a verba que já vem sendo reclamada pelos servidores cairia ainda mais.
Problemas gerenciais também foram revelados no encontro dos conselheiros. Ariel Adorno explicitou que a Unir “não teria dinheiro para trocar um ar-condicionado da sala de aula”, finalizou.