Teve início nas primeiras horas da manhã de segunda, 15 o julgamento do réu João C. D. Silva, ele é acusado de matar o indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia. Dias antes, manifestações foram deflagradas para recordar o trágico assassinato do guardião Uru-Eu-Wau-Wau, inclusive com a colocação de painéis na cidade interiorana. No júri, amigos e familiares mantém-se vigilantes na audiência.
Ari, foi assassinado no dia 18 de abril de 2020, mas o crime só foi desvendado, segundo informações com a chegada da Polícia Federal (PF) que prendeu o suspeito em 2022.
A audiência, no Fórum do município de Jaru teve início ouvindo a irmã de Ari, ela se emocionou ao recordar da vítima. Segundo a indígena, Ari foi traído pelo suspeito que se passava por amigo. “Meu irmão tinha confiado numa pessoa. Falava que era um irmão para ele (réu), que era um amigo. Ele (Ari) não devia ter morrido daquele jeito”, disse Mandey.
Também pela manhã, o réu João C. da S. foi ouvido. Questionado da autoria do crime, ele negou a acusação que consta no inquérito do Ministério Público Estadual. O documento também consta a informação que o réu chegou a afirmar para algumas pessoas que mataria o indígena. “O povo estava cometendo que eu tinha matado”.
O julgamento é transmitido pela internet e continua e agora pela parte da tarde com os debates.
No inquérito da PF apresentado ao MP-RO, consta que o réu matou o indígena por não gostar dele, mas ativistas duvidam da tese e acreditam que o crime foi encomendado. Ari morreu com 33 anos. Ele fazia parte de líderes indígenas que atuam na vigilância da floresta do seu Povo no município de Cacoal.