Repetidamente, o Acre, mais precisamente o município de Tarauacá tem sido atingido por abalos sísmicos. Em janeiro, o município que fica localizado no noroeste do estado acreano foi posto como destaque pela Agência de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS). A instituição, tem apontado Tarauacá no epicentro de grandes tremores, capaz de incluir a localidade na lista de graus elevados para tremores de terra na Escala Richter.

O último, no dia, 28 de janeiro, o órgão norte-americano detectou um abalo de 6,6 graus. Um dado interessante. Os tremores só não estão sendo sentidos pela população dada a profundidade, 614,5 e 630 quilômetros da superfície terrestre. A USGS, passou a creditar os tremores em território acreano e em Ipixuna, no Amazonas, desde o dia, (20), quando foi anunciado o primeiro grande abalo nas profundezas da terra.
Em entrevista, a um site do Acre, o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) Ivam Castro, corrigiu uma informação ao destacar que o maior tremor registrado entre esses dois municípios ocorreu em 2015. Nesta época, o tremor chegou a exatos 7,6º em Richter.

A causa dos tremores, segundo especialistas da Ufac, tem a ver com a falha da “placa tectônica” sul-americana. A parte “maior estaria na região da Amazônia”. Isso, explicaria a intensidade dos temblores. Desde 1950 a 2024, 120 abalos sísmicos já ocorreram na região. A dúvida, os abalos, tendo em vista a atividade intensa, causaria estragos se chegar à superfície? A probabilidade é baixa, mas não é descartada tendo em vista que a terra está constante movimento.
Para o pesquisador Ivam Castro, o aviso emitido pelos tremores já seria suficiente para as autoridades criarem meios de salvaguardar os moradores destas áreas mais propensas, como Tarauacá e Ipixuna, no Amazonas. Para o especialista, “naturalmente o tremor pode acontecer próximo da superfície”.

A USGS traz uma análise geral dos tremores de terra, normalmente ocorridos na América do Sul. Para os especialistas do órgão, “terremotos também podem ser gerados a profundidades superiores a 600 km como resultado da contínua deformação interna da placa de Nazca em subducção. Terremotos de foco profundo na América do Sul não são observados em uma faixa de profundidade de aproximadamente 300 a 500 km. Em vez disso, os terremotos profundos nesta região ocorrem em profundidades de 500 a 650 km e estão concentrados em duas zonas: uma que corre abaixo da fronteira Peru-Brasil e outra que se estende do centro da Bolívia até o centro da Argentina. Esses terremotos geralmente não apresentam grandes magnitudes. Uma exceção a isso foi o terremoto boliviano de 1994 no noroeste da Bolívia. Este terremoto M8.2 ocorreu a uma profundidade de 631 km, que foi até recentemente o maior terremoto de foco profundo registrado instrumentalmente (substituído em maio de 2013 por um terremoto M8.3 610 km abaixo do Mar de Okhotsk, na Rússia), e foi sentido amplamente em toda a América do Sul e do Norte”. Veja mais no link.