Dados levantados pelo FOLHA DO SUL ON LINE junto à Divisão de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) da Prefeitura de Vilhena, mostram que em 2023 o número de casos de dengue confirmados na cidade foi de 1.788, um aumento de 124% em relação a 2022, quando foram confirmados 1.788 casos. No início de 2023, o alto número de casos de dengue no ano anterior foi um dos argumentos utilizados pela administração para decretar Estado de Emergência na Saúde municipal.
A reportagem também teve acesso ao histórico dos LiraA (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), que é feito periodicamente no município em vistorias a lotes ocupados ou vazios para atribuir uma “nota” para o risco de um surto de dengue. Notas menores que 1 indicam risco baixo e satisfatório no controle da doença, com cor verde. Já valores entre 1 e 3,9 apontam para risco médio, com a cor amarela para alerta de surto e números acima de 3,9 são risco alto de surto, com a cor vermelha.
Em 2022 o número ficou como satisfatório ou médio risco durante a maior parte do ano, chegando a alto risco somente em dezembro. Porém, em 2023, dos quatro levantamentos feitos, três apontaram alto risco de surto, enquanto somente um resultou em satisfatório. A média de 2022 no índice do LiraA foi 2,2, enquanto em 2023 a média quase dobrou, para 4,1, deixando o ano “no vermelho”.
De acordo com o departamento da Semus, no ano passado o Brasil teve o maior número de casos do mundo. Isso deve continuar, devido ao calor e às chuvas, visto que o mosquito é de clima tropical e esse cenário favorece sua proliferação. Quanto à vacina contra a dengue, ainda não há previsão de entrega na cidade. A empresa responsável só tem capacidade de fornecer 5 milhões de doses em 2024 e não se sabe ainda os critérios que o Ministério da Saúde adotará na distribuição. Mas, quando as doses vierem, a aplicação será prioridade entre crianças e adolescentes, de 6 a 16 anos de idade.
Nos últimos meses a Prefeitura emitiu diversos alertas quanto à situação, reforçando a importância da limpeza de terrenos, eliminação de possíveis criadouros, como vasos de plantas, lagos, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas, que possam armazenar água parada, onde o mosquito poderá se reproduzir.
Os números foram considerados pela Saúde municipal como “alarmantes em relação à infestação de dengue no município” colocando Vilhena “atualmente num alto índice de incidência em relação ao vírus, com taxa de 6.8 nas infestações prediais e mais de 280 casos já notificados em dezembro de 2023 e início de janeiro de 2024”. Para a Prefeitura, os números tendem a aumentar. Denúncias podem ser feitas através do telefone (69) 3321-4667 ou pelo e-mail [email protected]. Em casos de sintomas, pacientes devem procurar o posto de saúde mais próximo ou a UPA 24h.