Os conhecimentos ancestrais das plantas medicinais em comunidades indígenas não devem cair no esquecimento pois cada vez mais uma imensa diversidade dessas espécies vegetais está sendo substituída por remédios alopáticos em nome de poderosos laboratórios biotecnológicos e de grandes indústrias farmacêuticas que dominam a produção e uso desses medicamentos industrializados.
Podemos observar na essência da oralidade do saber indígena a nítida preocupação de preservar sua cultura e seu relacionamento imaculado com a natureza. Nesse vasto acervo de espécies vegetais que integra a grandeza desta rica biodiversidade florestal estão presentes os saberes originais do povo indígena, sustentado em suas vivências sócio – culturais com o meio ambiente.
Essa fonte de riqueza natural e tantas outras diversidades de plantas medicinais encontradas na floresta precisam ser muito bem preservadas e não podem ficar no anonimato ou serem excluídas dos conhecimentos tradicionais das comunidades indígenas em seus territórios. Essa inesgotável fonte de conhecimentos ancestrais e seus saberes locais são peculiaridades oriundas de gerações milenares que ainda sobrevivem na relação do homem com a natureza.
Que a ausência de pajés e parteiras – que utilizavam uma variedade de plantas medicinais em suas atividades tradicionais na aldeia – possam através de iniciativas inovadoras, despertar novas alternativas de integração educacional tanto em oficinas escolares, tanto em atividades de campo que envolva a participação conjunta de anciãos e anciãs no sentido de repassarem essas experiências de seus conhecimentos originais para que crianças e jovens passem a conhecer e a valorizar ações de grande valia cultural como a preservação, resgate e utilização das plantas medicinais no contexto da etnofarmacologia da floresta.
Os conhecimentos originais dos povos indígenas têm demonstrado um conjunto de valores etnobotânicos e etnofarmacológicos, dignos de uma grande honradez em respeito e atenção a sua ancestralidade mítica e ritualística que traduz um forte sentimento de entrelaçamento entre seus indivíduos e a natureza cósmica.
Enfim, as espécies vegetais em suas várias maneiras de preparo, tais como, infusão, decocção, maceração, xarope, garrafadas, compressas, dentre outras, contribuem significativamente para uma saúde de qualidade e ainda resultam em benefícios socioeconômicos relevantes, visto que em algumas enfermidades, as plantas medicinais comprovam a sua eficácia, tanto no âmbito preventivo como curativo, fazendo com que os medicamentos industrializados sejam menos utilizados em suas comunidades.