Por redação
O Brasil é um país miscigenado. Não à toa, muitas famílias apresentam diferentes ascendências, carregando histórias e culturas de diversos lugares do mundo. Esse fator, somado ao desejo de morar em outra nação, faz com que alguns indivíduos busquem pela dupla cidadania.
Foto: Divulgação/Miro
Segundo dados divulgados pelo Colégio Notarial do Brasil, em 2021 os cartórios emitiram 693 mil documentos para quem deseja estudar fora ou tirar a dupla cidadania. Esse número representa um aumento significativo, já que no ano anterior as emissões somaram 299,5 mil, metade do obtido no período seguinte.
Conseguir a dupla cidadania, porém, não é uma tarefa tão simples quanto parece. Afinal, é preciso comprovar a ancestralidade do requerente — um processo que, na maioria das vezes, pode levar tempo. A construção de uma árvore genealógica pode ser feita para facilitar o levantamento necessário sobre os familiares.
Entenda o processo de dupla cidadania
Segundo o governo federal, a dupla cidadania é um status no qual um indivíduo é titular da nacionalidade de dois ou mais estados nacionais. Essa posição concede os mesmos direitos e deveres que qualquer outro cidadão de um país estrangeiro. Além disso, pessoas com dupla nacionalidade têm a integração facilitada à comunidade, com a entrada permitida no país sem a necessidade de visto.
Pela Constituição Federal, todo brasileiro pode ter esse status. Há duas possibilidades para que o processo seja feito: quando há origem nacional reconhecida pela lei do outro país ou imposição da nacionalidade pelo processo de naturalização.
De acordo com as informações divulgada pelo Colégio Notarial do Brasil, Portugal e Itália lideram o ranking de cidadanias mais procuradas pelos brasileiros, seguidos por Espanha e Alemanha. No panorama asiático, a liderança do é do Japão.
Para dar entrada nesse processo, é preciso apresentar uma série de documentos, como certidão de nascimento, casamento e histórico escolar. No entanto, cada nação tem exigências específicas para a solicitação de cidadania.
De modo geral, filhos e netos de europeus podem dar entrada no processo em um país da Europa. Já os bisnetos só podem ter cidadania europeia caso os avós ainda estejam vivos.
Assim como a naturalização por direito de sangue (jus sanguinis), pessoas casadas com estrangeiros também podem solicitar a dupla cidadania, mas devem conferir as exigências do país em questão. Além disso, quem mora fora do território brasileiro legalmente também consegue dar entrada no processo depois de alguns anos.
Indivíduos que buscam a cidadania por jus sanguinis precisam reunir documentos dos ancestrais, como certidão de nascimento, casamento e óbito, e levá-los ao consulado no Brasil ou diretamente no próprio país onde há o desejo por dupla cidadania.
Cabe ressaltar que o tempo para reconhecimento da solicitação varia conforme o processo, podendo demorar até anos.
Como a árvore genealógica pode auxiliar
Diante da necessidade de reunir nomes e documentações de familiares de outras gerações, a elaboração de uma árvore genealógica ajuda a organizar todas as informações encontradas. Utilizada por muitos brasileiros no processo de identificação da própria ancestralidade, a pesquisa pode ser feita de diferentes formas.
Geralmente, a árvore genealógica é um gráfico que traça a linha de ascendência de uma pessoa, começando por ela e seguindo pelas gerações anteriores. Esse documento pode conter diversas informações sobre os antepassados, como nome, profissão, data e local de nascimento, data e local do óbito.
Para quem busca por dupla cidadania, focar no nome completo, data e local de nascimento é o principal. A elaboração pode ser feita de diferentes formas, e a tecnologia otimiza esse processo.
Como fazer uma árvore genealógica
Antes de começar, determine um ponto de partida — que, na maioria das vezes, é a própria pessoa que busca por dupla nacionalidade. Com um documento em mãos, como certidão de nascimento ou identidade, deve-se traçar uma linha e informar o nome completo e nacionalidade ao lado da data de nascimento. Em seguida, faça o mesmo com o nome dos pais, que também aparecerão no documento.
Reúna a documentação e faça o mesmo movimento com as informações dos avós e bisavós até chegar no antepassado nascido no país estrangeiro.
Atualmente, existem plataformas que disponibilizam modelos para a criação de uma árvore genealógica. Elas permitem o compartilhamento do arquivo com outros familiares que possam colaborar com a pesquisa de ancestralidade. Além disso, algumas ferramentas na internet possibilitam anexar arquivos, o que pode auxiliar a guardar as imagens dos documentos e acessá-los sempre que necessário, inclusive no processo se solicitação de dupla cidadania.
Embora o processo possa parecer cansativo, criar uma árvore genealógica ajuda a entender mais sobre a história da família, fortalecendo a cultura e identificação com os ancestrais.