Autor – Steve Gorman
Uma missão internacional de satélite liderada pela Nasa, a agência espacial norte-americana, foi lançada do sul do estado da Califórnia, em um grande projeto de ciências da Terra, para realizar pesquisa abrangente dos oceanos, lagos e rios do mundo pela primeira vez.
Nasa Divulgação
Apelidado de Swot (abreviação em inglês para Topografia Oceânica e de Águas Superficiais), o satélite de radar avançado foi projetado para fornecer aos cientistas uma visão sem precedentes do líquido vital que cobre 70% do planeta, lançando novos olhares sobre a mecânica e as consequências das mudanças climáticas.
Um foguete Falcon 9, operado pela empresa de lançamento comercial do bilionário Elon Musk, a SpaceX, foi programado para decolar quinta-feira da Base da Força Espacial dos Estados Unidos (EUA) em Vandenberg, cerca de 275 quilômetros a noroeste de Los Angeles, para colocar o Swot em órbita.
Se tudo correr como planejado, o satélite, do tamanho de um SUV, produzirá dados dentro de vários meses.
Com quase 20 anos de desenvolvimento, o Swot incorpora tecnologia avançada de radar de micro-ondas que, segundo os cientistas, vai coletar medições de superfície de oceanos, lagos, reservatórios e rios em detalhes de alta definição, em mais de 90% do globo.
Os dados, compilados a partir de varreduras do planeta por radar, conduzidas pelo menos duas vezes a cada 21 dias, vão aprimorar os modelos de circulação oceânica, podem reforçar as previsões meteorológicas e climáticas e ajudarão no gerenciamento dos escassos suprimentos de água doce em regiões atingidas pela seca, segundo pesquisadores.
O satélite foi projetado e construído no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, perto de Los Angeles. Desenvolvida pela agência espacial norte-americana, em colaboração com as empresas francesa e canadense, a Swot foi uma das 15 missões listadas pelo Conselho Nacional de Pesquisa como projetos que a Nasa deve realizar na próxima década.
“É realmente a primeira missão a observar quase toda a água na superfície do planeta”, disse o cientista do JPL Ben Hamlington, que também lidera a equipe da Nasa de mudança do nível do mar.
Um dos principais objetivos da missão é explorar como os oceanos absorvem o calor atmosférico e o dióxido de carbono, em um processo natural que modera as temperaturas globais e as mudanças climáticas.
Escaneando os mares a partir da órbita, o satélite foi projetado para medir com precisão diferenças finas nas elevações da superfície em torno de correntes e redemoinhos menores, onde acredita-se que ocorra grande parte da redução de calor e carbono dos oceanos. O Swot pode fazer isso com resolução dez vezes maior do que as tecnologias existentes, de acordo com o JPL.