Autor: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay
Assim nos como humanos, os pets precisam estar com a saúde bucal em dia. Uma boa higiene oral, aliada com cuidados preventivos refletem na saúde geral e no bem-estar dos animais.
Uma das enfermidades mais frequentes entre cães e gatos é a doença periodontal e suas consequências vão muito além do mau hálito. A falta de higiene bucal pode causar doenças orais, complicações sistêmicas, comprometimento das funções biológicas e agravamento de outras enfermidades.
Por isso, o cuidado rotineiro e o acompanhamento veterinário regular são essenciais. Franciele Fraiz, médica-veterinária da DrogaVET, explisou para o News Rondônia que estudos de caso da rotina clínica indicam que as doenças periodontais afetam mais de 80% dos pets adultos, impactando dentes, gengiva, osso, cemento e ligamento periodontal.
Além do processo inflamatório das doenças bucais ser dolorido, enquanto o organismo do pet trabalha para combater a infecção, são produzidas substâncias denominadas imunocomplexos, que se instalam nos rins, aumentando as chances do desenvolvimento de doenças renais.
A inflamação gerada no local permite que as bactérias entrem na corrente sanguínea e se instalem em outros órgãos, causando ou agravando doenças como a bronquite, a artrite e a endocardite.
É possível minimizar esses problemas com alguns cuidados. A escovação dos dentes é uma delas e deve ser feita diariamente ou, ao menos, três vezes por semana, para evitar o acúmulo do biofilme bacteriano, uma placa que se forma na gengiva cerca de 24 a 32 horas após a ingestão de alimentos. São essas bactérias que formarão os cálculos dentários, ou tártaro, como são popularmente conhecidos, e a doença periodontal.
Para que os pets aceitem a escovação dentária com tranquilidade, o ideal é acostumá-los desde filhotes. As primeiras tentativas podem ser feitas com uma gaze umedecida ou com dedeiras, até que o pet se acostume. Depois a escova dental, adequada ao tamanho do pet, pode ser introduzida à rotina.
Uma dica importante para acostumar os pets com a escovação é vincular a higienização bucal a recompensas positivas, assim ele passa a associar o momento da escovação com passeios, brincadeiras, elogios ou carinhos e, consequentemente, consegue tolerar a higienização com mais tranquilidade.
Mas, cuidado: os pets não devem compartilhar os cremes dentais dos humanos, pois o flúor e o xilitol na quantidade contida nelas são tóxicos para os animais e podem provocar dores abdominais, náuseas, vômitos, letargia, danos no fígado e, até mesmo, convulsões. Enxaguantes bucais para humanos e outros produtos como bicarbonato de sódio e peróxido de hidrogênio também são proibidos para os pets.
Facilitadores como petiscos com componentes que auxiliam na higiene bucal, brinquedos que estimulam a mordedura, spray e espumas bucais com ativos para higiene e prevenção do mau hálito podem ser utilizados no dia a dia do pet.
Na manipulação veterinária é possível preparar mousses, filme oral e lenços umedecidos com fármacos adequados para cada pet e com o sabor de preferência dele, porém, devem ser utilizados de forma complementar à escovação, pois somente ela é capaz de fazer a remoção dos resíduos alimentares e biofilmes bacterianos depositados diariamente na superfície dos dentes e gengiva.
Se o tutor já tem o hábito de vacinar o pet, cuidar da saúde bucal dos animais é tão importante e pode entrar facilmente na rotina. Exame clínico realizado periodicamente é essencial, pois os sinais iniciais da doença periodontal são discretos e o tutor pode demorar a perceber que algo não vai bem.
Quando a placa bacteriana está instalada é necessária a realização de um procedimento cirúrgico para retirada da placa, restauração da profundidade da gengiva e extração dos dentes comprometidos – ninguém quer ver um pet sofrer por isso.
