“Aqui no garimpo tudo é no improviso. A chave desse avião advinha o que é? Uma corda”!
Parece brincadeira, mas o garimpeiro H. F. está coberto de razão. Foi exatamente o que precisou que acontecesse para que o monomotor dessa partida.
Enquanto ele grava quatro homens surgem na imagem fazendo pressão para impulsionar a hélice do avião prefixo PT- NPG.
“É o motor de arranque”, abreviava um dos cordeiros. “Motor de arranque…quatro burros”, brincava outro homem.
A intensão deu resultado e o avião começa a funcionar. Em seguida a corda é retirada e um dos homens fala.
“Entrega a chave para o motora. Tem que levar a chave dele”. A chave que tanto era mencionada trata-se da corda que foi usada para ligar a aeronave.
Na imagem o homem refere-se ao local, um garimpo em meio a Amazônia. Não foi possível localizar o estado onde a gravação foi feita, se no Pará, Amazonas, Roraima ou em Rondônia. Os estados são pontos com grande concentração de garimpeiros que se deslocam das suas cidades em busca de ouro em garimpos clandestinos ou dentro de terras indígenas protegidas por lei.
O Embraer EMB-720 “Minuano” que aparece na foto é um avião monomotor comercial a pistão, produzido no Brasil pela Embraer e posteriormente por sua subsidiária Neiva, sob licença da norte-americana Piper Aircraft. Lá fora, é o Piper PA-32 Cherokee Six. O avião é equipado com um motor Lycoming com injeção direta de combustível e 300 HP de potência, desenvolve 270 km/h.
Seu sistema eletrônico de comunicação e radionavegação era considerado moderno para a época. Pode transportar até seis pessoas. Idealizado para operar em regiões com pistas curtas e não pavimentadas, foi muito utilizado para ligar as cidades a fazendas e regiões remotas, como áreas de garimpo. No total, 293 aeronaves Minuano foram comercializadas entre os anos de 1975 e 1996.