As margens do Rio Acre o vento Norte tremula a gigantesca bandeira acreana. Na porção oeste do Brasil, Rio Branco respira patriotismo.
Numa manhã ensolarada, no famoso Calçadão da Gameleira, ponto de turístico da capital, lá estava o eletricista José Araújo. De Rondônia ele mudou para o Acre há mais de 13 anos.
Nosso encontro aconteceu justamente quando José dava manutenção na haste da Bandeira do Acre, símbolo construído para homenagear o centenário da Revolução Acreana. “O Acre é diferente. Do mundo o Acre acredito que seja um lugar bem melhor”, exalta.
O Acre é terra do seringalista e ativista político Chico Mendes, da novelista Gloria Perez, da ex-candidata a presidenta Marina Silva, de doutor Enéas Carneiro, Adib Jatene, João Donato, Weverton Pereira, goleiro do Palmeiras. E terra de tantos outros homens e mulheres ilustres. “Gosto do Acre pela hospitalidade do pessoal daqui. A infraestrutura que o estado tem hoje”, comenta a assistente administrativo Fernanda Perez.
O nome Acre surgiu de “akiri”. Na língua nativa dos índios apurinãs, significa Rio dos Jacarés. Até 1877, os índios eram os únicos moradores, até imigrantes nordestinos iniciarem a aberturas de seringais.
Mas o nome Rio Branco é uma homenagem ao jornalista, geógrafo, professor, diplomata e historiador José Maria da Silva Paranhos Júnior, o “Barão do Rio Branco”, que em 1903 assinou junto com a Bolívia o “Tratado de Petrópolis”, pondo fim ao conflito existente entre os dois países.
Com a assinatura do documento, as terras que antes pertenciam a Bolívia passaram a integrar o território brasileiro. Mas o tempo passou. Rio Branco evoluiu. Na evolução o antigo contrasta com o atual, caminham lado a lado.
E por elas nem mesmo o calor de 37º C é capaz de tirar o bom humor do rio-branquense. Uma característica da cidade são as ruas estreita acompanhadas de um sobe e desce sem parar. No centro, elas cadenciam o vai e vem dos veículos.
O Calçadão da “Gameleira” é extenso e leva o nome de uma árvore de grande porte da Amazônia. No “Novo Mercado Velho”, estatuas retratam o típico morador acreano.
Pela passarela govenador Joaquim Macedo o visitante desfruta de uma vista do centro histórico. Aliás, do outro lado, às margens do Rio Acre fica a Fundação de Cultura Elias Mansur expondo o que existe de mais expressivo nas obras dos artistas regionais.
Ousado por confrontar o exército boliviano e o capital estrangeiro, o gaúcho de nascimento, mas acreano de coração José Plácido de Castro é um mito forte em terras acreanas. O gaúcho Plácido de Castro está associado a “Revolução Acreana” com sua conquista definitiva.
Em cada cantinho, a cada esquina o visitante é sempre levado para um cartão postal. O Acre de outrora. Terra de pessoas amistosas que ostentam a qualquer custo o que o Brasil é escasso, amor pela terra natal. Quem sabe não seja essa paixão que envolve os acreanos um resquício da frase de Luiz “Galvez” Rodriguez de Arias: “Se a Pátria não nos quer. Criamos outra! Viva o estado independente do Acre”.