O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) entrou com uma representação no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra o vereador e youtuber Gabriel Monteiro (PSD-RJ) por abuso de autoridade. A informação foi confirmada pelo próprio Cremerj, que o acusa de abuso de autoridade.
"Em relação ao vereador, o Conselho esclarece que a atitude tomada se deve a abordagem inadequada do próprio, caracterizando abuso de autoridade. O Conselho repudia qualquer tipo de desvio de trabalho do médico, caso ocorra, e reitera que qualquer denúncia será apurada com zelo, seguindo os ritos necessários”, afirmou o conselho ao G1, por meio de nota.
O vereador publicou, na última quarta-feira (31), em seu canal na plataforma, um vídeo em que aparece dando voz de prisão para uma médica em uma UPA da Zona Norte do Rio. Ele alega que a médica estava dormindo em uma das salas da UPA enquanto havia fila para atendimento. A médica foi levada para uma delegacia, onde foi feito registro de ocorrencia e liberada.
Segundo o Cremerj, qualquer pessoa pode registrar uma denúncia na entidade, caso discorde do tipo de assistência recebida em alguma unidade de saúde.
Ainda de acordo com o Conselho, o vereador é alvo de uma ação civil pública no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que pede uma indenização de R$ 500 mil por danos morais coletivos causados à categoria. Segundo o Cremerj, em caso de vitória, a indenização será doada para instituições de caridade.
O vereador Gabriel Monteiro se defendeu das acusações do Cremerj em uma série de postagens no Twitter no último domingo (4).
“Eu super respeito quem não é adepto ao meu trabalho, minhas crenças, meus sonhos. Mas ser a favor da minha prisão por eu flagrar médicos cometendo crimes contra os mais pobres, não é certo! Enquanto eu tiver livre irei lutar contra a máfia da saúde, não sei até quando!”, afirmou o vereador em um dos posts.
Em outra postagem, ele falou sobre a ação civil pública: “Se condenado terei que pagar MEIO MILHÃO de reais por TRABALHAR no feriadão. Sinceramente, sei nem o que falar. Perder todos os bens por lutar pelo mais pobre. Podem tirar tudo de mim, menos minha fé e vontade de ajudar minha população”, postou.
O G1 entrou em contato com o vereador, o MP-RJ, o TJ-RJ e com a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, mas não obtivemos resposta até a publicação desta reportagem.
