A visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Acre, na quarta-feira (24) mostrou que se depender do chefe do executivo nacional, o brasileiro ainda terá muito a sofrer com a pandemia do novo coronavírus. A chegada de Bolsonaro ao Estado foi marcada por tudo aquilo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais condena.
Em meio a multidão e ao coro de “mito”, Bolsonaro desembarcou no município de Sena Madureira, um dos mais arrasados, após o transbordamento do Rio Iaco. Um detalhe não passou despercebido, Bolsonaro não usou máscara uma só vez e ainda cumprimentou diversos apoiadores. Além disso, pessoas que seguia a comitiva, metade não dispunha do utensílio.
A importância do uso da máscara, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, é a de evitar a contaminação coletiva pelo coronavírus, já que muitas pessoas estão contaminadas, e ainda não apresentam sintomas da doença.
O Acre tem 287 pessoas hospitalizadas em tratamento contra o novo coronavírus, com 975 óbitos. Na quarta-feira, o Estado apresentou 291 novos registros.
Questionado o motivo de Bolsonaro não estava usando máscara, o governador do Acre Gladson Cameli (PP), usou uma figura de linguagem para responder.
“É uma concepção que o próprio presidente tem e eu respeito. Faça o que digo e não o que faço”. Todo mundo já é de maior, sabe o que tem que se fazer. A responsabilidade minha eu não quero passar para ninguém. As pessoas também tem que saber o que tem que ser feito, disse.
Após visitar as áreas afetadas no Acre, Bolsonaro acenou com a liberação de ajuda humanitária para socorrer as vítimas da enchente que afeta diretamente 50% do Estado.